6 superalimentos que poderiam ajudar a reduzir a fome no Brasil - Babaçu

Agricultura de larga escala costuma desprezar plantas alimentícias que surgem espontaneamente no campo. - Babaçu

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Babaçu

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Outro exemplo é o babaçu, palmeira nativa do Mato Grosso e de vários Estados do Nordeste, cuja castanha pode ser consumida cru ou torrada, além de processada para extração de leite ou transformada em farinha para pães e mingaus. Essa castanha contém de 60% a 70% de óleo rico em ácido láurico, similar ao presente no óleo de coco e no azeite de dendê.

Em 1984, a Embrapa identificou a existência de 12 a 18 milhões de hectares de babaçuzais no Brasil. Na página de seu livro dedicada à espécie, Lorenzi e Kinupp afirmam que o babaçu tem "grande potencial alimentício" e "deveria estar no mercado". E houve uma época em que o fruto de fato esteve nas prateleiras.

Na década de 1990, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 300 mil famílias trabalhavam com o fruto. Em 2017, no entanto, o número havia despencado para 15 mil famílias. Pesquisadora em agricultura familiar e desenvolvimento sustentável da Embrapa Cocais, no Maranhão, a agrônoma Guilhermina Cayres diz que hoje quase toda a extração atual é destinada à indústria de cosméticos e materiais de limpeza.

Ela afirma à BBC que o Maranhão chegou a ter várias indústrias dedicadas à produção de óleo de cozinha de babaçu. Porém, o setor não foi capaz de competir com o óleo de soja, mais barato, e tem sofrido com a expansão da pecuária sobre os babaçuzais.

Além disso, Cayres afirma que muitos trabalhadores deixaram o babaçu por associá-lo à pobreza e por considerar a atividade extenuante.

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