Uma nova opção de tratamento para queda severa de cabelo foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Chamada “baricitinibe”, o medicamento combate a alopecia areata. Essa doença conhecida popularmente como “pelada”, é uma condição caracterizada por perda de cabelo ou de pelos em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas, barba, por exemplo).
Ela acomete de 1% a 2% da população, afetando ambos os sexos e todas as etnias. O distúrbio pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus portadores tenham menos de 20 anos. No Brasil, esse medicamento com o nome comercial “Olumiant” já era liberado e voltado ao tratamento de covid-19, artrite reumatoide e dermatite atópica.
O medicamento aprovado pela Anvisa foi desenvolvido pelo laboratório Eli Lilly e sua eficácia já foi observada em alguns estudos da área. Um teste com 1.200 adultos incluiu brasileiros na Unicamp com alopecia areata grave. Ou seja, eles tinham perdido de 50% a 100% dos cabelos. Em seis meses de tratamento com o medicamento, 22% dos pacientes recuperaram 80% da área do couro cabeludo que tinha ficado sem fios. Os pacientes receberam 2 mg do Olumiant uma vez ao dia.
Modus operandi
Esse medicamento é um inibidor seletivo e reversível das enzimas janus quinases (JAKs), em especial as JAK 1 e 2, que são responsáveis pela comunicação das células envolvidas na hematopoiese (processo de formação e desenvolvimento das células do sangue), na inflamação e na função imunológica.
Efeitos colaterais
O Olumiant pode causar efeitos colaterais graves, incluindo infecções graves, como tuberculose, herpes zoster e outras causadas por bactérias, fungos ou vírus. Não é recomendável iniciar o tratamento se tiver qualquer tipo de infecção, a menos que o médico libere.
A bula ainda cita aumento do risco de morte em pessoas com 50 anos de idade ou mais que têm pelo menos 1 fator de risco de doença cardíaca e tomam um medicamento de uma classe de medicamentos chamados inibidores da Janus quinase (JAK). O Olumiant também pode aumentar o risco de linfoma e outros tipos de câncer. Isso ocorre porque pessoas que tomam um medicamento da classe de medicamentos chamados inibidores de JAK têm um risco maior de certos tipos de câncer, especialmente se a pessoa é fumante atual ou ex-fumante.