O nome pode ser estranho, e há quem pense que nem é relacionado aos dentes! Bruxismo é o transtorno em que a pessoa aperta, desliza ou bate os dentes, principalmente durante o sono. Acontece de modo involuntário e, ao contrário do que se pensa, não atinge apenas adultos. Afinal, crianças também podem sofrer com o problema, mesmo com dentes de leite.
De acordo com a dentista Dra. Carolina Alexandre, em entrevista ao Terra, os sintomas podem incluir ranger ou apertar os dentes durante o sono e também durante o dia. Muitas vezes, isso é percebido pelos pais ao escutarem o som característico causado pelo atrito dos dentes. Por isso, crianças que sofrem com o bruxismo devem passar pelo tratamento, uma vez que a condição pode causar problemas mais graves.
SINTOMAS MAIS COMUNS RELATADOS POR CRIANÇAS
- Dor facial;
- Sensação de ouvido tampado;
- Coceira na articulação da boca (que fica na frente das orelhas);
- Percepção de estalos ao mastigar e bocejar;
- Limitação da abertura da boca;
- Irritabilidade, desconcentração e alteração de humor.
Importância do tratamento
O bruxismo deve ser tratado mesmo que a criança ainda tenha os dentes de leite. Isso porque a condição pode afetar o desenvolvimento dos dentes permanentes além de prejudicar a qualidade de vida, destaca a dentista.
"O tratamento pode envolver orientações simples, como técnicas de relaxamento, evitar as telas e certos alimentos antes de dormir, e, em casos mais severos, o uso de aparelhos ortopédicos funcionais ou placas de mordida (miorrelaxante) que são confeccionados sob medida para a criança. Esses aparelhos devem ser usados à noite, que é o período em que a criança geralmente mais range os dentes", explica.
RISCOS
O bruxismo não tem cura. Ainda assim, é importante tratar o problema. Isso porque a condição pode causar o desgaste excessivo dos dentes de leite e permanentes, resultando em sensibilidade e dor, problemas de oclusão e dor crônica na mandíbula. Segundo a especialista, embora não haja uma cura definitiva para o bruxismo, muitas crianças superam esse problema com o tempo, especialmente com intervenções adequadas e conscientização sobre o problema.
Fatores psicológicos também devem ser levados em conta como estresse, ansiedade, responsabilidade por hiper vigilância, comportamento de defesa que podem contribuir para o desenvolvimento do bruxismo.
"Pais e cuidadores devem estar atentos aos sinais e sintomas, buscando orientação profissional se necessário, para garantir o bem-estar bucal e geral das crianças", finaliza a especialista.