Devido a um bloqueio atmosférico, que tem impedido a chegada de frentes frias, o Brasil iniciou este semana, a última do inverno, com uma onda de calor extremo. A previsão é de que as temperaturas cheguem a mais de 40º C em várias regiões do país, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste.
Além do grande desconforto, as altas temperaturas podem trazer problemas graves de saúde, caso não se tomem os cuidados necessários. É possível que a pessoa apresente quadros de hipertermia e insolação, que podem levar inclusive à morte, principalmente entre pessoas mais vulneráveis como idosos e crianças.
A médica de família e comunidade, Mayara Floss, em entrevista a Natuza Nery, falou sobre medidas que podem ser adotadas neste período para ajudar a diminuir os efeitos das altas temperaturas. A profissional também criticou a falta de políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas. "Regiões, por exemplo, de favela, regiões que têm poucas árvores – onde tem vastas monoculturas... Esses fatores demográficos colocam essas populações em risco", diz.
Para amenizar os efeitos do calor, a médica elenca algumas medidas, como colocar uma garrafa de água gelada para resfriar áreas de dobras do corpo, como as axilas; carregar uma muda de roupas mais leve para utilizar no transporte público durante os horários de pico; deixar a casa mais ventilada durante o período noturno e mais fechada durante o dia, e, se possível, priorizar horários de trabalho no início da manhã, evitando os horários de maiores altas na temperatura.
Insolação
Segundo o Ministério da Saúde, a insolação é uma condição séria provocada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Ela acontece quando a temperatura corporal ultrapassa os 40º C, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e o corpo não consiga se resfriar. O quadro de insolação merece especial atenção porque com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo. É importante lembrar que a condição da insolação está bastante associada ao clima quente e seco, mas também pode ocorrer em ambientes úmidos.
Fatores de risco
Alguns fatores, hábitos, posturas, comportamentos e situações podem aumentar os riscos de insolação. Crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas, como câncer, diabetes, hipertensão, e pessoas com imunidade baixa, como transplantados e portadores de HIV/Aids, devem ter cuidado especial com a insolação, uma vez que esta condição pode provocar efeitos colaterais graves com maior probabilidade nesse público. Podem contribui para a insolação: não beber líquidos adequadamente, ingerir muito álcool ou cafeína, pessoas que têm gastroenterites, pessoas que fazem uso de medicamentos para pressão alta, diuréticos, antidepressivos ou antipsicóticos.