Atualmente, as doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortes no Brasil. Todos os anos, milhares de brasileiros vão a óbito em decorrência dessas doenças. Por isso é importante prevenir esse tipo de problema. Um das formas é combater os fatores de risco que comprometem a saúde cardíaca.
Segundo o médico cardiologista e gestor da unidade coronariana do Hospital Icaraí (RJ), Cláudio Vieira Catharina, muitos fatores favorecem o cenário brasileiro de saúde pública. De acordo com o médico, são exemplos a desigualdade social, o baixo desenvolvimento socioeconômico e um modelo de dieta e estilo de vida que não ajudam a controlar os fatores de risco das doenças cardiovasculares.
No campo dos aspectos fisiológicos Cláudio aponta como fatores que colocam a saúde do coração em risco, o colesterol, a hipertensão, a obesidade, o diabetes, o sedentarismo, tabagismo e qualidade ruim do sono. "É preciso considerar também a privação do lazer e dificuldades sócio econômicas. Todos estes fatores estão fortemente presentes no nosso dia a dia", afirma.
Como combater os inimigos do coração
O médico ressalta que as doenças cardiovasculares são resultado de múltiplos fatores e têm forte relação com hábitos não saudáveis. De acordo com ele, ter uma saúde cardíaca mais equilibrada está relacionado com estilo de vida e alimentação saudáveis associada a fatores socioeconômicos. "Tudo isso aliado a medidas de melhor distribuição da renda entre os brasileiros. Gerando mais bem estar, maior nível cultural e possibilidade à melhoria de qualidade de vida", enfatiza o médico.
Do ponto de vista individual, Catharina aconselha que as pessoas comecem o cuidado com a saúde cardiovascular já na infância, com o estimulo se atividades que combatam o sedentarismo, incentivando um hábito alimentar saudável e educando as crianças para serem cidadãos comprometidos com o bem estar do próximo. "Espiritualidade, bem estar comunitário, alimentação saudável e vida ativa são os principais fatores de saúde cardiovascular", ressalta Catharina.
"No nosso cenário atual, de grande adversidade, a rotina de avaliação pode iniciar em pessoas obesas desde a juventude. Em adultos supostamente saudáveis, com conhecidos hábitos indesejáveis ou fatores de risco cardiovascular, a avaliação clínica pode ser iniciada na migração da segunda para a terceira década de vida", informa o especialista.