Se você está conectado à internet, provavelmente você já deve ter visto uma série de propagandas de chás que oferecem a promessa de emagrecimento ou até mesmo publicações de influenciadoras fitness que afirmam consumir esse tipo de bebida para ter a barriga dos sonhos. Conhecidos como chás "seca barriga", são fórmulas que mesclam sete ou mais ervas, vendidas com um preço bem mais alto do que aqueles chás comuns do dia a dia. Até que valeria o investimento se o resultado realmente fosse efetivo no combate aos quilinhos extras, mas, na prática, não é bem assim.
A verdade é que, além de essa ser uma informação para lá de ultrapassada, os chás merecem um reconhecimento muito maior do que serem lembrados apenas por seu efeito diurético e termogênico em alguns casos – o que, vale lembrar, não significa emagrecimento. Feitas com a infusão de folhas, flores, frutas e raízes de plantas, essas bebidas possuem infinitos benefícios para a saúde, agindo de dentro para fora do corpo.
Para esclarecer de uma vez por todas as informações acerca da relação entre os chás e o processo de emagrecimento, Nataniel Viuniski, médico nutrólogo e membro do Conselho Consultivo da Herbalife do Brasil, esclareceu as dúvidas mais comuns sobre o tema.
Chá emagrece?
Alguns chás são ricos em substâncias que aceleram o metabolismo temporariamente, conhecido como efeito termogênico, como chá verde, chá preto, chá de gengibre, chá de canela, entre outros. “Eles contribuem para acelerar de forma moderada a queima de gordura e são levemente diuréticos, portanto, auxiliam na eliminação de líquidos retidos no organismo”, explica Viuniski. E continua: “Mas é importante destacar que o efeito sobre o peso corporal somente será obtido juntamente com uma alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos”, pontua. Outro ponto positivo é que essas bebidas contribuem para o aumento no consumo de líquidos, apoiando na hidratação do nosso organismo.
Como consumir o chá termogênico?
O profissional afirma que, como a maioria dos chás termogênicos apresenta cafeína em sua composição, o ideal é consumir durante o dia, até cerca de 16h, para não impactar no seu sono. “Os intervalos entre as refeições são momentos estratégicos para inserir os chás termogênicos com o objetivo de dar uma turbinada na sua energia e disposição. Mas eles também podem ser ingeridos antes do exercício físico, contribuindo para um bom rendimento, uma vez que a cafeína pode ajudar a adiar a sensação de fadiga, mantendo o esportista em atividade por mais tempo”, explica o nutrólogo.
Quantas vezes ao dia é recomendado tomar bebidas com cafeína?
De acordo com Viuniski, há uma diferença na sensibilidade individual para a cafeína. Por esse motivo, pessoas mais sensíveis podem sentir algum desconforto com doses pequenas, enquanto outras podem ingerir maior quantidade sem problemas. De maneira geral, contudo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomenda a ingestão de até 400 mg de cafeína por dia, sendo até 200 mg por vez. Vale lembrar que é importante se atentar às recomendações do rótulo de cada produto e avaliar a quantidade de cafeína que cada bebida oferece por porção.
Quais outros benefícios os chás oferecem?
Segundo o médico nutrólogo, os chás verde e preto, por exemplo, contêm flavonoides e fitonutrientes ricos em antioxidantes. Estes, por sua vez, protegem as células contra as ações danosas dos radicais livres, ajudando a combater a inflamação no corpo, melhorando algumas funções cerebrais, como a atenção e a memória, e ajudando a prevenir as doenças cardiovasculares e seus fatores de risco. “Outras ervas, como a camomila e a erva-doce, também possuem ação antioxidante, porém sem a cafeína, e assim ajudam a promover o relaxamento e a contribuir para um sono reparador, além de ajudar a melhorar o sistema digestivo.”
Existe contraindicações para o consumo de chás?
Por fim, o profissional ressalta que qualquer pessoa com sensibilidade à cafeína ou restrições devido a uma condição de saúde — como gestação, amamentação ou gastrite, por exemplo —, deve ajustar sua ingestão conforme as recomendações do médico ou nutricionista que a acompanha. Além disso, ele também relembra que a resposta e a tolerância à cafeína podem variar de uma pessoa para outra.