A australiana Cloe Westerway, de 22 anos, passou por maus bocados após um implante contraceptivo hormonal no braço. A haste flexível do produto acabou migrando para seu coração, o que quase causou complicações mais graves à sua saúde. Para evitar uma condição mais grave, a mulher passou por uma cirurgia nesta quinta-feira (28), de acordo com o portal Australia News.
O caso inédito até então foi descoberto após realizarem exames de imagem, onde os médicos descobriram que o contraceptivo havia migrado do braço para as artérias pulmonares do coração e estava obstruindo parcialmente a parte esquerda do órgão.
Segundo os médicos, o dispositivo não foi inserido corretamente e foi implantado ou diretamente na veia ou tão próximo dela que escapou para dentro dela. Da veia, o dispositivo teria migrado até o coração. Em entrevista ao portal Australia News, Cloe contou que começou a sentir azia, dores de cabeça, sangramento intenso, vômitos e palpitações logo depois de ter colocado o implante.
“Tinha usado o mesmo implante aos 15 anos e deu muito certo”, disse a auxiliar administrativa. “Estava tranquila de usá-lo. Parecia muito seguro e a clínica faz isso várias vezes ao dia, mas logo apareceram sintomas”, lembra. Depois de ouvir as queixas da jovem, os médicos decidiram que seria melhor retirar o dispositivo. Quando foram removê-lo, não o encontraram.
O que é o implante contraceptivo?
Cloe colocou o implante contraceptivo hormonal há dois anos. Ele é uma pequena haste flexível inserida logo abaixo da pele na parte interna do braço. Com 4 centímetros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro, o dispositivo contém uma alta carga de etonogestrel, hormônio feminino sintético.
O hormônio é liberado continuamente, inibindo a ovulação. Além disso, o método altera o muco cervical, tornando o ambiente próximo ao útero insalubre para os espermatozóides. Esse tipo de contraceptivo é considerado uma forma eficaz e indolor de prevenção e tem eficácia de 3 anos.
Para quem é indicado?
O implante anticoncepcional é indicado, como regra, para mulheres de qualquer idade que desejam um método simples e seguro de evitar a gravidez. Ele também é a melhor alternativa para pacientes que têm restrição ao estrogênio (hormônio presente em algumas pílulas anticoncepcionais) ou ao DIU. Também é um ótimo método para mulheres com endometriose ou que desejam reduzir o fluxo menstrual ou a cólica.
Para alguns grupos de mulheres, no entanto, o uso do método é contraindicado. São eles:
- presença ou histórico de doenças hepáticas graves, como tumor — benigno ou maligno;
- presença ou suspeita de sensibilidade a esteroide sexual;
- sangramento vaginal não diagnosticado; e
- hipersensibilidade ao etonogestrel ou a qualquer componente da fórmula.
Em todos os casos, independentemente de você estar ou não neste grupo, é fundamental contar com a orientação do seu ginecologista na hora de escolher o melhor método de contracepção.