Coca Zero é oficialmente listada como cancerígeno; tem quantidade segura?

O adoçante, adicionado à Coca-Cola zero, é largamente utilizado por pessoas que querem diminuir o consumo de açúcar

De acordo com a OMS, o aspartame, um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo, é "possivelmente cancerígeno, segundo evidências classificadas como "limitadas" | Reprodução: Internet
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Nesta sexta-feira (14), a Organização Mundial de Saúde (OMS) listou oficialmente o adoçante aspartame, adicionado à Coca-Cola zero, como ‘possivelmente cancerígeno para humanos’. O anúncio foi feito após uma grande revisão de segurança sobre o produto. Mas apenas as pessoas que consomem quantidades excessivas correm um risco maior, concluiu um painel de especialistas.

Os limites seguros atuais são fixados em 40 mg por kg de peso corporal por dia. Um adulto de 70kg, por exemplo, precisaria consumir 14 latas de um refrigerante diet ou zero que contém 200mg de aspartame para exceder esse limite. De acordo com a instituição de saúde,  uma criança de 20 kg poderia, teoricamente, consumir de duas a três latas por dia sem que o aspartame representasse um risco. No entanto, a agência de saúde da ONU adverte que isso “não é uma boa prática”.

A declaração de que o aspartame é um possível carcinógeno foi feita pela IARC, ou Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. A decisão foi baseada em evidências limitadas coletadas nas últimas duas décadas de que pode causar carcinoma hepatocelular – um tipo de câncer de fígado. O painel da IARC avaliou o risco como 2B, o que significa que há evidências limitadas, mas não convincentes. Então, coube a dois comitês bater o martelo.

Os especialistas concluíram que não há evidências convincentes de que o aspartame pode  causar câncer se consumido dentro dos limites já estabelecidos pela OMS. No comunicado conjunto, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da agência, disse que os efeitos potenciais descritos precisam ser investigados por mais e melhores estudos, mas reforçou que a segurança não é "uma grande preocupação" considerando as doses geralmente usadas.

Desde 1981, o JEFCA (Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares) afirma que o consumo de aspartame é seguro dentro dos limites diários aceitos. O aspartame é usado em produtos como refrigerantes dietéticos. De acordo com alguns estudos, cerca de 95% dos refrigerantes carbonatados (bebidas efervescentes não alcoólicas) que contêm adoçante usam aspartame.

No mês passado, a OMS publicou diretrizes aconselhando os consumidores a não usar adoçantes sem açúcar para controle de peso. As diretrizes causaram furor na indústria de alimentos, que argumenta que os produtos podem ser úteis para consumidores que desejam reduzir a quantidade de açúcar na dieta.

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