Um estudo recente publicado no The American Journal of Clinical Nutrition mostrou análises recentes que indicam que o consumo frequente de carne vermelha pode acentuar demasiadamente o risco de diabetes tipo 2 ao longo da vida. Esses riscos se tornam piores para consumidores regulares de carnes processadas.
Xiao Gu, pesquisador de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard e autor do estudo, sugere uma diminuição no consumo de carne vermelha, aliada a mudanças de estilo de vida, como forma de reduzir o risco de diabetes tipo 2. Os dados analisados foram gerados a partir de três vastos estudos envolvendo cerca de 217 mil profissionais de saúde ao longo de várias décadas.
Os voluntários forneceram informações detalhadas sobre suas dietas e históricos médicos a cada dois ou quatro anos. Estima-se que mais de 37 milhões de americanos têm diabetes, sendo 90 a 95% desses diabetes tipo 2. Infelizmente, a prevalência dessa doença, que pode ocasionar danos aos corações, rins e olhos, está aumentando notavelmente tanto nos Estados Unidos quanto em todo o mundo.
O Brasil tem cerca de 16,8 milhões de pessoas com a doença, mais de 14 milhões com tipo 2, ocupando o 6º lugar no ranking. A estimativa para 2045 é de que 20 milhões de pessoas terão diabetes no Brasil, segundo o último Atlas do Diabetes da International Diabetes Federation (2019). Dados mostram que 90% dos casos de diabetes são do tipo 2 e 89% deles estão relacionados à hereditariedade.
Comer carne vermelha causa diabetes?
Os resultados, após uma severa análise de dados e ajuste de fatores como atividade física e consumo de álcool, mostraram uma probabilidade maior de desenvolver diabetes em pessoas que consomem mais porções de carne vermelha.
As pessoas que ingeriam a maior quantidade, cerca de duas porções completas (180 gramas) de carne bovina, suína ou de cordeiro todos os dias, tinham um risco 62% maior de desenvolverem diabetes tipo 2 em comparação com as pessoas que consumiam cerca de duas porções por semana.
Risco à saúde, se, em excesso
A carne vermelha, apesar de ser uma fonte valiosa de proteínas, vitaminas B12 e minerais como o selênio, também é rica em gordura saturada e, dependendo do processamento, pode conter elevados índices de sódio e conservantes, o que não é benéfico para a saúde. As pesquisas anteriores relacionaram a gordura saturada à resistência à insulina em adultos com sobrepeso e obesos.
Além disso, estudos com animais mostraram que altos níveis de sódio e conservantes químicos, como nitratos e nitritos, encontrados em carnes curadas, podem aumentar a inflamação e danificar as células do pâncreas, que produzem insulina. Por fim, a diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente.
O que fazer?
Para evitar um consumo excessivo, trocar apenas uma porção de carne por dia por fontes de proteína vegetais, como nozes e legumes, ou por um laticínio como o iogurte também foi sugerido para reduzir o risco de diabetes, de acordo com o estudo.
Pesquisas anteriores sugeriram que comer aves em vez de carnes processadas poderia diminuir o risco de diabetes. Além disso, frutos do mar e produtos à base de soja, como o tofu, apresentam-se como alternativas saudáveis e ricas em proteínas, assim como fontes de proteína vegetal, como feijão, lentilha, nozes e grãos integrais.