Geralmente, as pessoas costumam confundir os sintomas do infarto e da crise de ansiedade. Por isso, muitas vezes recorrem à emergência do hospital achando que estão sofrendo um infarto e na realidade, trata-se de uma crise de ansiedade. Mesmo com alguns sintomas parecidos, é importante saber diferenciar o que pode ocasionar e quais os tratamentos necessários do infarto e da crise de ansiedade.
A ansiedade é uma reação emocional comum, que pode estar presente em qualquer momento da vida. Da mesma forma, suas causas podem ser das mais variadas. Quando passa a atrapalhar a rotina do paciente, ela se torna uma patologia — que pode ser facilmente confundida com outras doenças. É o caso das cardiopatias, por exemplo, que representam a segunda maior causa de mortes no mundo. Isso acontece porque as condições compartilham sintomas bastante semelhantes.
O efeito costuma ser cíclico. Ao apresentar sintomas de infarto, o paciente pode experimentar uma ansiedade e estresse aumentados. O quadro camufla o diagnóstico, o que acaba por confundir o cuidado e impedir a busca por um atendimento médico especializado, destaca a psicanalista Andréa Ladislau. Segundo ela, este é um cenário muito sério. Isso porque os sinais de agravamento de certas doenças acabam sendo negligenciados, uma vez que, as pessoas acreditam que se trata apenas de uma simples crise de ansiedade e podem perder o tempo necessário para o controle da doença coronariana.
"O infarto feminino, por exemplo, se inicia por sintomas mais moderados que, justamente por isso provocam essa confusão no diagnóstico por se assemelhar muito ao estresse e a ansiedade. É uma doença, extremamente grave, que exige que a busca pelo diagnóstico e tratamento, deve ser feita com a maior brevidade, seguindo os protocolos médicos específicos. Do contrário, pode vir a apresentar resultados irreversíveis", alerta a profissional.
Como diferenciar?
Tanto a ansiedade quanto o infarto têm alguns sintomas em comum. São eles:
Taquicardia;
Sudorese elevada;
Respiração ofegante e acelerada;
Sensação de dores articulares;
Palpitações;
Falta de ar;
Dores nas costas e ombro
No caso das mulheres, a confusão é ainda mais comum. "Normalmente, as mulheres, por possuírem estruturas coronárias um pouco diferente dos homens, costumam relatar a dor como um aperto do peito, semelhante a uma crise de ansiedade", explica Andréa. No entanto, o que é preciso estar atento é que a crise de ansiedade, em muitos casos, vem em decorrência de algum gatilho emocional disparado: uma preocupação excessiva, um estresse elevado, uma tensão recorrente, fobias vibratórias, entre outros.
Por outro lado, não podemos esquecer também que o excesso de estresse, a vida sedentária, alimentação inadequada, ritmo acelerado, consumo de álcool, tabagismo, falta de qualidade de vida, sono desregulado, podem potencializar os riscos de infarto. "Ou seja, as doenças cardíacas podem sim se associar ao estresse, a ansiedade, às doenças mentais e/ou emocionais", destaca a psicanalista.