A “Arcturus”, nova variante da Covid-19, detectada primeiro na Índia, já foi encontrada em mais de 30 países, inclusive no Brasil. Á medida que ela se espalha, é possível perceber novos sintomas que não eram percebidos em cepas anteriores. Desde 22 de março, a cepa está sendo monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também conhecida como subvariante XBB.1.16, ela foi identificada pela primeira vez em janeiro deste ano.
No Reino Unido, esta nova cepa já foi responsável por cinco mortes e fez com quem países como a Índia reintroduzisse o uso de máscara entre sua população. De acordo com os pesquisadores, apesar de a XBB.1.16 fazer parte da Ômicron, ela possui uma mutação que a torna um pouco mais transmissível entre a população.
Conjuntivite com viscosidade nos olhos é um dos sintomas dessa nova cepa, relatado pelos médicos. Ele tem sido percebido em crianças e adolescentes infectados, sobretudo na Índia, onde houve um aumento recente de casos. Essa condição era pouco percebida em pacientes com covid-19, nas cepas anteriores.
O pediatra e antigo chefe do Comité de Imunização da Academia Indiana de Pediatria, Vipin Vashishtha, foi quem percebeu e chamou a atenção para o surgimento do novo sintoma no início de abril. “Nos últimos dois dias, comecei a receber casos pediátricos de covid, de novo, depois de um intervalo de 6 meses! Um fenótipo infantil parece estar surgindo — bebês tratados com febre alta, resfriado e tosse e conjuntivite não purulenta e coceira com olhos pegajosos, não observados em ondas anteriores”, escreveu ele no Twitter.
Nesta nova cepa também têm sido percebidos pacientes com quadro de tosse e febre mais alta do que a que se observada em variantes anteriores. A dor de garganta também costuma ser um dos sintomas. Segundo um relatório epidemiológico da OMS, a variante XBB.1.16 pode se disseminar mundialmente e contribuir para um aumento na taxa de casos. Mas não há razões para alarde.
De acordo com a agência de saúde da ONU, não há indícios, até o momento, de que ela seja mais perigosa do que as outras muitas variantes da Ômicron que circulam atualmente pelo mundo. Além disso, as vacinas existentes contra a covid-19 também parecem funcionar bem contra a nova cepa.