O empresário Agilberto Franco, de 28 anos, sofreu um acidente cardiovascular (AVC) no dia 14 de maio de 2024, após passar mal na academia. Segundo a sua noiva, e estudante de Enfermagem, Eduarda Santiago, conhecer os primeiros sinais, foi essencial para prestar socorro ao noivo, que inicialmente, foi perdendo a fala.
“Não treinávamos na mesma academia há anos, mas nesse dia o “Gil’ me insistiu diversas vezes para irmos treinar em uma academia nova. Em pouco minutos que chegamos, ele me procurou e veio até mim tentando falar algo, e não conseguia, foi quando observei a boca torta e comecei a questioná-lo algumas coisas como: Você consegue levantar um braço ou uma perna? Você consegue falar ou abrir a boca?” E para nenhum dos comandos ele conseguia me obedecer. Sem perder tempo, corremos para a urgência”, disse em exclusividade ao Meio News.
CRANIECTOMIA
Durante o atendimento, foi constatado o dano neurológico: o acidente vascular cerebral. O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Após o diagnóstico, Agilberto precisou passar por uma trombectomia mecânica e uma cirurgia para retirada de uma parte da calota craniana, mas conhecida como craniectomia. No total, foram 8 dias entubados, 11 dias de UTI e 15 dias de internação.
Segundo o neurocirurgião Dr. Romildo Pacheco, em entrevista ao programa Revista, da TV Meio, a craniectomia descompressiva é utilizada para contextos de trauma, mas também para outras doenças, pois logo após o trauma o cérebro pode apresentar um inchaço.
“Se tratando do trauma grave, o cérebro precisa de um tempo para inchar, isso acontece naturalmente, pois altera um sistema de regulação dos vasos. Esse tempo de inchaço, que pode levar de três dias até uma semana ou até às vezes imediatamente, dependendo da gravidade, é o tempo necessário para que o paciente possa se recuperar do ponto de vista neurológica. Então a forma da gente salvar a vida é realizando a craniectomia descompressiva”, diz.
VIDA PÓS-AVC
A vida após um AVC pode ser marcada por mudanças emocionais e comportamentais, além de sequelas físicas, que variam de acordo com a gravidade do AVC e a região do cérebro afetada.
“Estamos vencendo dia após dia as limitações que o AVC trouxe, mas seguimos firmes e confiantes de que iremos superar. Acompanhamentos diários com fisioterapia, fonoaudióloga, musculação e terapia ocupacional estão sendo essenciais para o desenvolvimento motor e neurológico dele. O Gil (como eu chamo ele) é um milagre e um exemplo de força e determinação”, afirmou Eduarda.
SINTOMAS DO AVC
Os sintomas do AVC podem se manifestar com fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo, confusão mental, alteração da fala ou compreensão, alteração na visão (em um ou ambos os olhos), alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
A IMPORTÂNCIA DE IDENTIFICAR E AJUDAR
É importante pedir para que a pessoa tente sorrir, levantar algum dos membros ou observar se consegue falar/cantar. Caso qualquer um desses sintomas apareçam, é fundamental ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU - 192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência e recuperação total.