Você sabia que um indivíduo com baixa capacidade aeróbica possui um risco 400% maior de mortalidade do que uma pessoa com muita capacidade aeróbica? Pode parecer exagero, mas é isso mesmo. O condicionamento físico não traz apenas qualidade de vida, ele também proporciona longevidade.
No entanto, alguns mitos espalhados pela internet acabam dificultando que as pessoas saiam do sedentarismo. Pensando nisso, a fisioterapeuta esportiva e ortopédica, Raquel Castanharo, esclarece alguns destes mitos, principalmente aqueles relacionados à corrida, para o Eu Atleta. O objetivo é incentivar mais pessoas a saírem do sofá.
Muitas pessoas acreditam que correr faz a pessoa envelhecer, sob o argumento de que a corrida deixa a pele flácida, o bumbum caído, além de uma série de outros argumentos de ordem estética, que se voltam principalmente para mulheres. A fisioterapeuta explica, no entanto, que não há estudos científicos que comprovem que a corrida envelhece. “ Pelo contrário, a melhor evidência que eu encontrei correlaciona a prática da corrida com menor ‘degradação’ (glicação) do colágeno da pele”, disse.
Cuidados com o sol
Ela lembra que o sol causa envelhecimento precoce da pele e é comum estar exposto a ele durante corridas ao ar livre. No entanto, problema pode ser resolvido com o uso de filtro solar e viseiras. “Essa história de assustar mulheres e desencorajá-las a praticar um esporte que irá trazer longevidade e qualidade de vida com um argumento estético sem embasamento é das lendas mais cruéis da internet, na minha opinião”, afirmou.
Outra história bastante difundida nos dias atuais é a de que a corrida acaba com os joelhos. Mas a fisioterapeuta rebate esse argumento. “Já ouvi tantas vezes pessoas aflitas com a possibilidade de um desgaste no joelho. Sabe qual o maior fator de risco para esse problema da artrose? Sedentarismo. Não corrida”, afirmou.
Hérnia de disco
É comum o discurso de que pessoas com hérnia de disco não podem praticar a corrida, mas, segundo Raquel Castanharo, não é bem assim. “Eu trabalho com corredores há 15 anos. Nunca vi uma problema ortopédico que impedisse alguém de correr (as pessoas podem correr até mesmo após perder uma perna). Há um período de tratamento, talvez uma redução permanente no volume e intensidade dos treinos, mas eu desconheço um problema que obrigue alguém capaz de se mover normalmente de sair da corrida”, garantiu.