Na última terça-feira (18), uma criança de 2 anos da pequena cidade de Woodrow, no sul dos Estados Unidos, perdeu a vida devido a uma infecção rara causada por uma ameba comedora de cérebro. Woodrow Turner Bundy contraiu o patógeno enquanto nadava com a família em um rio.
O terrível parasita, conhecido cientificamente como Naegleria fowleri, mata alarmantes 97% dos infectados. A ameba entra no corpo humano através do nariz, levando à desenvolvimento de uma rara doença chamada meningoencefalite amebiana primária (MAP), uma inflamação cerebral de rápido progresso que causa dores, rigidez na nuca, vômitos e raramente dá chances para a sobrevivência do paciente.
Onde ele é encontrado?
A ameba é encontrada em águas mornas, podendo proliferar em aquecedores de água. O protozoário sobrevive em temperaturas entre 40 ºC e 46 ºC, no entanto é incapaz de viver em água salgada. A infecção é extremamente rara, até 2006, foram registrados apenas 200 casos em todo o mundo.
Quais são os sintomas e o tratamento?
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, os primeiros sintomas aparecem cerca de cinco dias após a infecção pela ameba. As mudanças no olfato e no paladar são comuns, seguidas por sintomas de meningite, como rigidez no pescoço, sensibilidade à luz, confusão mental e enjoo.
Os primeiros sintomas podem ser confundidos com outras doenças, apesar da gravidade, como aconteceu no caso do pequeno Woodrow, cuja família inicialmente achou que se tratava de um resfriado. O tratamento para a infecção pela Naegleria fowleri é extremamente complexo.
Todo tratamento necessita de uma combinação de medicamentos antifúngicos e antibióticos potentes, os mesmos usados para combater a Leishmaniose. Ainda assim, a grande maioria dos pacientes nem chega a se beneficiar dos medicamentos por conta da rápida progressão da doença.
Não há registro no Brasil
Devido às baixas incidências de casos anualmente, pesquisadores ainda estudam a contração dessa ameba – milhares de pessoas que estão sujeitas aos mesmos ambientes não são contaminadas. Entre os números relatados, quatro pacientes sobreviveram e o restante faleceu. Até agora, os casos se concentraram em solo americano – não há registro no Brasil.