Uma pesquisa publicada na Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia, mostrou que as pessoas que passam menos tempo em um sono profundo podem ter maior probabilidade de sofrer um derrame, doença de Alzheimer e declínio cognitivo. O hábito comum entre diversos brasileiros pode aumentar o risco dessas condições, no entanto, o estudo não prova que a apneia do sono pode causar alterações no cérebro, ele mostra uma associação.
A apneia do sono é um distúrbio do sono potencialmente grave no qual a respiração para e recomeça repetidamente. Existe a possibilidade de que, se a pessoa roncar alto e se sentir cansada mesmo depois de uma noite inteira de descanso, ela pode ter apneia do sono. A doença crônica ocasionada devido à ausência de descanso e má qualidade do sono, pode levar a problemas de saúde, como aumento de risco cardiovascular, hipertensão, arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca, diabetes e problemas de memória e de concentração.
O estudo envolveu 140 pessoas com apneia obstrutiva do sono com 73 anos sendo a idade média dos participantes. Os participantes não tinham problemas cognitivos no início do estudo e também não desenvolveram demência. Um total de 34% tinha apneia do sono leve, 32% moderada e 34% grave. Os pesquisadores examinaram quanto tempo as pessoas passaram no estágio de sono profundo, que é considerado o melhor marcador para a qualidade do sono.
Na pesquisa constatou-se que as pessoas com apneia do sono grave tinham um volume maior de hiperintensidades da substância branca do que aquelas com apneia do sono leve ou moderada. Eles também reduziram a integridade axonal, que conecta as células nervosas no cérebro.
As hipersensibilidades da substância branca são pequenas lesões visíveis em exames cerebrais. O sono é um biomarcador da saúde da substância branca do cérebro, que é uma região importante para conectar diferentes partes do cérebro.Os pesquisadores levaram em consideração idade, sexo e condições que poderiam afetar o risco de alterações cerebrais, como pressão alta e colesterol alto.
Quais são os sintomas de apneia do sono?
Na apneia do sono, muitas vezes, o paciente não percebe que deixa de respirar durante a noite. O que ele sente são outros indicadores, como:
- sonolência excessiva durante o dia;
- ao acordar, sensação de não ter descansado o suficiente;
- acordar engasgado ou com a sensação de estar sufocando;
- acordar ofegante;
- dor de cabeça matinal;
- dificuldades de concentração e de memória;
- queda de rendimento nos estudos ou no trabalho;
- irritabilidade;
- depressão;
- impotência sexual (homens).
Outros sintomas de apneia incluem:
- roncar muito durante a noite;
- acordar com boca seca;
- acordar com dor de garganta;
- acordar várias vezes durante a noite, mesmo que sem perceber;
- levantar muitas vezes para fazer xixi à noite ou mesmo fazer xixi na cama sem perceber.
Como é o tratamento de apneia do sono?
O tratamento da apneia do sono é acompanhado por um médico pneumologista, que vai avaliar a qualidade do sono do paciente e pode indicar o uso de um CPAP. O CPAP é uma maquininha que é ligada durante à noite e ajuda a manter o paciente respirando enquanto ele dorme.
Em alguns casos de apneia obstrutiva, procedimentos cirúrgicos também podem ser indicados para ajudar a manter as vias aéreas bem abertas, mesmo quando o paciente está dormindo. Por fim, também pode ser indicado uma mudança no estilo de vida, para que o paciente perca peso, deixe de fumar ou de beber bebidas alcóolicas antes de dormir, para ajudar a garantir sua qualidade do sono.