Recentemente, a ex-participante do programa Big Brother Brasil 2022, Bárbara Heck, atraiu atenção ao revelar ter passado por uma intervenção cirúrgica para tratar uma cicatriz que a incomodava. A modelo afirmou ter tentado diversos procedimentos estéticos antes de optar pela abordagem cirúrgica. Essa declaração despertou o interesse de muitas pessoas no assunto, levando-as a buscar mais informações sobre como a cirurgia plástica pode amenizar a aparência de cicatrizes no corpo.
Conversamos com o cirurgião plástico Davis Barbosa, que prefere usar o termo "corrigir" em vez de "remover", uma vez que não é possível eliminar completamente uma cicatriz, apenas melhorá-la. Segundo ele, o tipo e o tamanho da cirurgia dependem do tipo de cicatriz.
"Na maioria dos casos, tratamos cicatrizes pequenas, que podem ser corrigidas por meio de procedimentos cirúrgicos menores, realizados com anestesia local, sem a necessidade de hospitalização. Áreas com sequelas de queimaduras, necrose de pele ou traumas extensos podem exigir múltiplas cirurgias, uso de expansores de tecido, enxertos ou retalhos", explica o médico.
O médico destaca que nem todas as cicatrizes podem ser corrigidas. "Uma cicatriz que pode ser corrigida deve apresentar alguma alteração na cor, largura, elevação ou endurecimento. No entanto, algumas cicatrizes, embora sejam visíveis, estão com a melhor qualidade possível e não podem ser aprimoradas. Algumas áreas do corpo, como ombros e pernas, geralmente têm cicatrizes de qualidade ruim, que não valem a pena tentar corrigir. Por fim, cicatrizes que já passaram por várias tentativas de correção cirúrgica sem sucesso provavelmente não se beneficiarão de novas tentativas", acrescenta Davis.
Cada caso, um caso
O especialista explica que a correção tem como objetivo evitar o que causou a formação da cicatriz de má qualidade. Por exemplo, quando houve abertura dos pontos, a remoção simples e a aplicação adequada de pontos podem resolver o problema. Quando a direção da cicatriz é o problema e precisa ser modificada, pode-se recorrer a uma cirurgia em forma de "Z" (uma técnica que transforma uma cicatriz horizontal em uma vertical, ou vice-versa).
"No caso de um erro no processo de cicatrização do próprio corpo, como um queloide, a correção deve ser acompanhada por um tratamento complementar (como radioterapia, crioterapia ou aplicação de corticoides) para tentar evitar a formação de um novo queloide", afirma o cirurgião.
Davis ressalta que, na maioria dos casos, o pós-operatório transcorre com pouca dor e o retorno ao trabalho é rápido. No entanto, os cuidados com as cicatrizes corrigidas devem ser mantidos por vários meses e incluem o uso de medicamentos e proteção solar. "É essencial comparecer ao consultório médico a cada três a seis meses para avaliar a evolução da cirurgia e ajustar o tratamento, se necessário", completa o médico.