A doação de sangue é considerada um procedimento seguro, predominantemente sem complicações, afirma a enfermeira Gabriela Esplendori, da Fundação Pró-Sangue, em artigo científico sobre reações adversas.
Segundo dados da Anvisa sobre a produção hemoterápica no Brasil em 2019, mais de 3,7 milhões de pessoas doaram sangue naquele ano e cerca de 64 mil delas tiveram algum tipo de intercorrência durante a doação (menos de 2% do total). Não há registro de nenhum problema grave.
De acordo com a Anvisa, em 30% dessas reações houve dificuldade de punção venosa (introdução da agulha na veia) e em 22% houve uma reação vasovagal, uma diminuição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos que pode levar a desmaios, segundo o Ministério da Saúde. Mas, na maioria desses casos, afirma Esplendori, não há perda de consciência, mas tontura, palidez, queda de pressão e dos batimentos. Essa reação vasovagal pode estar mais associada a mulheres, doadores de primeira vez, jovens e pessoas com menos de 55kg.
Helena Sabino, hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, afirma à BBC News Brasil que a triagem feita com os doadores visa justamente a segurança tanto desses voluntários quanto das pessoas que receberam o sangue doado.
"O questionário tem perguntas que se destinam a garantir essa segurança. Por exemplo, quem tem arritmia não doa, quem já fez alguma cirurgia cardíaca, não doa. Quem tem algumas condições neurológicas não pode doar. Quando você faz a doação, a pressão diminui. A doação ocorre num prazo de 10 a 15 minutos, então a queda abrupta da pressão vai exigir que o coração aumente o número de batimentos e, quando isso acontece, diminui o suprimento de oxigênio até mesmo para o próprio miocárdio", explica Sabino.