O câncer de ovário não é o mais comum dos tumores ginecológicos, mas é o mais letal. Dados do Atlas de Mortalidade por Câncer citados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, em 2020, foram 3.921 vítimas fatais oficialmente confirmadas. Essa alta taxa de letalidade se justifica pela dificuldade de diagnóstico.
Essa doença costuma ser detectada quando o tumor já se espalhou por órgãos intra-abdominais e membranas que revestem o intestino. Para evitar que isso aconteça, existem algumas indicações que podem servir de sinais de alerta para mulheres começarem a investigar o câncer de ovário. "A idade é um fator de risco importante para o câncer de ovário, sendo que a maioria dos casos ocorre em mulheres com mais de 50 anos", pontua o médico Ph.D. em oncologia Wesley Pereira Andrade, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), em entrevista ao Terra.
De acordo com o oncologista, existem outros fatores que podem servir de alerta para mulheres. "A história familiar de câncer de ovário, mutações genéticas hereditárias e o uso de terapia hormonal após a menopausa também aumentam o risco de desenvolver a doença", acrescenta o médico. Nestes casos, a mulher precisa ficar sempre atenta a qualquer sinal.
Sintomas de câncer de ovário?
Além de ser uma doença silenciosa, com os sintomas aparecendo tardiamente, os sinais desse tipo de câncer podem ser confundidos com outras doenças. Segundo o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, alguns dos sintomas mais comuns são inchaço ou distensão abdominal; dor ou desconforto abdominal persistente; dor nas relações sexuais; sangramento vaginal anormal; náuseas ou vômitos; alterações no hábito intestinal; aumento do volume ou sensibilidade das mamas e perda de peso inexplicável.
Diante disso, Mantelli aconselha as mulheres com fatores de risco a discutirem o assunto com seus médicos, para que sejam realizados exames como o teste de sangue CA-125 ou ultrassonografia transvaginal, que possam detectar de forma precoce a doença. Só assim, é possível aumentar as chances de uma tratamento eficaz da paciente.
Tratamento
Existem duas formas de tratar o câncer de ovário, com quimioterapia e/ou com cirurgia. Essa escolha vai depender do estágio em que se encontra o tumor, das condições clínicas da paciente e da avaliação médica. Fazer um acompanhamento ginecológico regular é a maneira mais eficaz de detectar esse câncer de forma precoce. O especialista vai indicar a realização de exames clínicos e ultrassonografias que ajudarão no diagnóstico.