Foi anunciado por uma equipe de cientistas do Hospital Kitano, no Japão, que os ensaios clínicos do “primeiro medicamento para regeneração dentária” do mundo deverão começar já em setembro deste ano. A equipe tenta desenvolver, desde 2005, um medicamento inovador com a capacidade de fazer com que os dentes voltem a crescer.
Segundo os investigadores, se os testes em humanos forem bem-sucedidos, o medicamento poderá chegar ao mercado já em 2030. A notícia foi partilhada pelo próprio líder do estudo, o japonês Katsu Takahashi.
O DESENVOLVIMENTO DO MEDICAMENTO
O grupo foi capaz de isolar e desativar o gene USAG-1, – responsável por inibir o crescimento dos dentes – possibilitando, de novo, o seu crescimento. Katsu, líder da pesquisa e chefe do departamento de odontologia, explicou que o objetivo é fazer algo para ajudar pessoas que sofrem de perda ou ausência de dentes.
“Embora até à data não exista nenhum tratamento que proporcione uma cura permanente, sentimos que as expectativas das pessoas em relação ao crescimento dos dentes são elevadas”, afirma.
O medicamento – que tem por objetivo a regeneração dentária – destina-se a pessoas que sofram com condições médicas dentárias, como a deficiência dentária congênita – uma doença que afeta cerca de 1% da população mundial – e a oligodontia – uma doença caracterizada pela falta de seis ou mais dentes, que afeta cerca de 0,1% da população.
INÍCIO DAS FASES
Primeira etapa: a primeira fase dos ensaios clínicos em humanos – que deverá começar já em setembro – deverá prolongar-se até agosto de 2025 e ocorrer no Hospital Universitário de Quioto. O medicamento será administrado – por via intravenosa – a pessoas com falta de pelo menos, um dente posterior.
Segunda etapa: já para a segunda etapa da fase de testagem, os investigadores planejam administrar o medicamento a pacientes que sofram com deficiência dentária congênita. Durante esta fase os testes serão limitados a crianças com idades entre os 2 e 7 anos que não tenham, pelo menos, quatro dentes desde o nascimento.
O tratamento mostrou-se bem-sucedido na primeira fase de testagem – realizada na dentição de ratos e furões – sem que tivessem sido observados efeitos secundários.
Futuramente, a equipe de investigadores espera que o medicamento possa ajudar também pessoas que tenham perdido dentes devido a cáries ou lesões.
A fase de testes foi anunciada por Takahashi a 2 de maio, por meio de uma conferência de imprensa que decorreu no hospital de Kitano.
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