A proteção contra a dengue - doença epidêmica que vem afetando o país de forma agravante e que já registrou 3 mil mortes confirmadas pelo mosquito somente em 2024, traz o alerta para diferentes frentes de combate, como evitar o acúmulo de água parada e manter os espaços limpos.
Além disso, uma das ações essenciais na prevenção individual é o uso de repelentes. Se, por um lado, a prática é trivial para adultos, não é a mesma coisa quando falamos de cuidados em relação aos pequenos.
Crianças costumam ter uma pele mais fina e sensível, bem como uma imaturidade do sistema imune, especialmente até os seis meses. Portanto, tudo o que é aplicado é absorvido com maior avidez, explica Mariele Bevilaqua, dermatologista, entrevista ao G1. A médica afirma que, em crianças, a recomendação é o uso de repelente seguro somente a partir dos seis meses.
RECOMENDAÇÕES POR IDADE
Zero a três meses de idade: não há segurança para o uso de repelentes. Nessa faixa etária, recomenda-se o uso de barreiras físicas, como roupas com mangas longas, calças que protegem até o tornozelo e meias. Além disso, deve ser usado mosquiteiro com elástico para cobrir o berço ou o carrinho, assim como telas nas portas e janelas.
De três a seis meses: pode-se utilizar repelentes à base de Icaridina 10%. Há apresentações liberadas para essa idade, porém, nem todos os repelentes à base de Icaridina têm essa concentração. Por esse motivo, é importante ler a embalagem.
De seis meses a dois anos: Icaridina 20% - infantil; IR3535.
Maiores de dois anos: DEET; Icaridina; IR3535.
A recomendação - principalmente no avanço dos casos de dengue, é utilizar o produto diariamente, principalmente em locais com exposição intensa a insetos. Além da embalagem do produto especificar a faixa etária destinada, também está descrita a quantidade de aplicações ao longo de 24 horas – definida com base na idade da criança.
ALERTA SOBRE O MAU USO
Segundo a pediatra Carmem Lucia Oliveira da Silva, em entrevista ao G1, os riscos de não respeitar as recomendações e utilizar o produto de maneira errada vão desde irritação na pele e mucosas, passando por eventos alérgicos, até alterações do sistema nervoso central, como tontura, dor de cabeça, tremores e convulsões.
"Mesmo passando certo, pode acontecer, se não respeitar a frequência preconizada. Às vezes, o familiar fica tão preocupado em proteger a criança que passa o repelente várias vezes ao dia, sem respeitar o intervalo", afirma.