Uma frente fria, prevista para atingir o Rio Grande do Sul desde esta quarta-feira (8), ameaça agravar a situação no estado, já duramente atingido por chuvas torrenciais desde o final de abril. Segundo a Agência Brasil, as chuvas afetaram 401 municípios, resultando em 95 fatalidades e deixando 131 pessoas desaparecidas até o começo da noite de terça-feira (7).
Uma das muitas condições que famílias estão tentando sobreviver, é enfrentar o frio e suas baixas temperaturas, que consequentemente expõem as vítimas a chamada hipotermia, causada pelo forte frio e esforços físicos extenuantes.
O QUE É- Hipotermia é quando a temperatura do corpo se encontra abaixo dos 35°C. O organismo humano, para realizar suas funções metabólicas, precisa apresentar temperatura entre 36°C e 37.5°C. Pode ocorrer quando o ser humano se encontra em um ambiente com temperaturas muito baixas. Este estado acontece porque o corpo humano libera mais calor do que consegue reter, resultando na diminuição da temperatura corporal.
Em entrevista ao meionews.com o cardiologista arritmologista Eurípedes Mendes citou quais sinais podem se apresentar em pessoas expostas ao frio e as baixas temperaturas do sul: “Nessa condição, os principais sintomas são pele fria e pálida, tremores, dificuldade para respirar, movimentos lentos, confusão mental, diminuição da pulsação e sonolência”, explica.
COMO AFETA- A hipotermia faz com que a velocidade dos batimentos cardíacos diminua, aumentando ainda o risco de periculosidade, pois o coração pode parar. Outros fatores como lesão hepática (Quando o paciente tem dor abdominal, às vezes irradiando para o ombro, e sensibilidade. O diagnóstico é feito por TC ou ultrassonografia) também pode ser uma consequência grave, assim como distúrbios de coagulação sanguínea (ocorrem quando o organismo é incapaz de produzir quantidades suficientes das proteínas necessárias para ajudar o sangue a coagular, interrompendo a hemorragia).
“O tratamento da hipotermia é aquecer o organismo imediatamente. Por exemplo, cobrir a pessoa com cobertores e mantas térmicas, principalmente nas extremidades e retirar qualquer roupa molhada”, destaca o especialista.
CUIDADOS- O médico também explica que nos casos de flexibilidade e imprevisão como os do atual desastre do Rio Grande do Sul, a melhora do quadro do paciente com hipotermia vai depender do local onde ele está sendo tratado e quais recursos estão sendo utilizados: “Se em um hospital com mais recursos, com manta térmica e controle, mais rápido a temperatura normaliza. Em um abrigo, onde não há recursos e tem apenas cobertores, pode demorar. Não tem como determinar o tempo em si, porque são condições não controladas ou monitoradas em um ambiente hospitalar”.
ALERTA- Com a previsão de mais temporais e massas de ar frio descomunais, as vítimas desse desastre climático continuam necessitando de suprimentos básicos, entre eles cobertores, roupas de frio, casacos térmicos, bem como ainda há a necessidade dentro de hospitais em relação a materiais médicos para o melhor atendimento aos que não param de chegar. Esses itens podem ser supridos por meio de doações e mobilizações.