Um estudo publicado na revista Nature Medicine apontou que bebidas como refrigerantes, sucos de caixinha e energéticos estão entre os principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. A pesquisa, conduzida pela Universidade Tufts, nos Estados Unidos, indica que o consumo excessivo de bebidas açucaradas causa 2,2 milhões de novos casos de diabetes tipo 2 anualmente, o que representa 9,8% dos casos globais.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram dados sobre a doença em 184 países, referentes ao ano de 2020. Colômbia, México e África do Sul se destacaram como os países com o maior número de novos casos de diabetes tipo 2 devido ao consumo de bebidas adoçadas com açúcar. O estudo também revelou que esses produtos estão associados a 1,2 milhões de novos casos de doenças cardiovasculares, o que corresponde a um em cada 30 casos globalmente.
Diabetes tipo 2 está entre as maiores causas de morte no mundo
A diabetes tipo 2 ocorre devido à resistência à insulina, quando o corpo não responde adequadamente a esse hormônio e tem dificuldade em absorver a glicose no sangue. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, essa condição está relacionada a 1,5 milhão de mortes por ano. Os principais fatores de risco incluem sobrepeso, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.
A pesquisa da Universidade Tufts revelou que a América Latina e o Caribe são as regiões com maior incidência de diabetes tipo 2 relacionada ao consumo de bebidas adoçadas no mundo. Embora os dados específicos do Brasil não tenham sido apresentados, a diabetes é também um grande problema de saúde pública no país. Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil ocupa o 5° lugar no ranking global de maior incidência de diabetes, com 16,8 milhões de diabéticos.
Qual o impacto das bebidas açucaradas para a saúde?
O consumo de bebidas açucaradas é responsável por 340 mil mortes anuais em todo o mundo. O elevado teor de açúcar desses produtos eleva os níveis de glicose no sangue (hiperglicemia), o que pode resultar em resistência à insulina permanente e, por fim, levar ao desenvolvimento da diabetes. Além disso, essas bebidas estão associadas ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, ganho de peso e diversos distúrbios metabólicos.