O Brasil vive atualmente um boom de casos de Covid-19 em meio a uma epidemia de dengue. No auge da pandemia, mais de 4 mil vidas foram perdidas por dia. Agora, as vítimas chegam a 200 por semana, número “inaceitável” para uma doença com vacina, apontam especialistas.
O que mais preocupa autoridades da saúde é que diferentes regiões do país vivem hoje uma outra emergência — a dengue, como citado anteriormente. Nas áreas de maior incidência, a alta simultânea nos casos de Covid-19 e dengue — que apresentam sintomas parecidos — pode sobrecarregar ainda mais as redes pública e particular de saúde.
Até agora, decretaram situação de emergência o Distrito Federal, os estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Acre e as capitais Rio, Florianópolis e Belo Horizonte. A medida reduz a burocracia e permite maior agilidade nas ações de combate à doença e no atendimento à população.
Como diferenciar os sintomas das infecções?
O vírus da dengue se difere do coronavírus logo na sua maneira de contágio. Enquanto o vírus da dengue se mantém na natureza pela multiplicação em mosquitos do gênero Aedes aegypti, a covid é transmitida pelo contato com pessoas infectadas. O que mais diferencia as duas infecções é a presença de sintomas respiratórios em pacientes com Covid-19.
Todos os infectados com o coronavírus tendem a apresentar sintomas do trato respiratório superior, que incluem:
- tosse;
- coriza;
- obstrução nasal;
- perda de olfato e paladar;
- falta de ar.
Em contrapartida, pacientes com dengue geralmente não têm sintomas respiratórios, tendendo a causar sintomas que não ocorrem com a covid, como:
- manchas avermelhadas pelo corpo;
- sangramentos de mucosas;
- dor atrás dos olhos;
- Inchaço nas glândulas.
Sintomas em comum que as duas doenças podem apresentar:
Febre, dores de cabeça e no corpo, vômitos, náuseas, cansaço e mal-estar são alguns dos sintomas que a dengue causa, também comuns em pacientes com covid-19. Entretanto, na dengue, esses sintomas costumam ser mais intensos. Além disso, existe uma situação que exige especial atenção: a possibilidade de coinfecção, conhecida como “covidengue”, que é quando o paciente apresenta as duas doenças ao mesmo tempo. Sim, é possível.
É importante ficar atento quando o assunto é dengue, pois a doença – quando for grave – é caracterizada por dois fenômenos que não são vistos na covid: o choque hipovolêmico, que é uma pressão baixa muito intensa, e a hemorragia. Se não tratadas, essas condições podem levar o paciente à morte.
Enquanto isso, a falta de ar é um sintoma grave da covid, pois pode trazer sérias complicações, como o inchaço do pulmão (edema) e o acúmulo de líquidos nos pulmões. Diante dessas semelhanças e diferenças, é importante procurar ajuda médica logo quando perceber os sintomas, garantindo um diagnóstico correto e o tratamento adequado para cada condição.
Como evitar a dengue?
Para evitar o contágio pela dengue, é imprescindível evitar a presença de água parada e sem proteção em casa, pois ela pode ser usada pelo mosquito como local de procriação. Além disso, é importante proteger as residências com telas e mosquiteiros e usar repelente de insetos regularmente.
A vacinação contra a dengue também é aconselhada, principalmente para adolescentes de 10 a 14 anos, moradores de grandes cidades onde ocorre alta transmissão de dengue de tipo 2. A vacina está incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 521 municípios brasileiros começaram a receber a vacinação neste mês. O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as vacinações.
Como evitar a covid-19?
Algo já muito falado nos últimos três anos, os cuidados para prevenir a Covid-19 incluem utilizar máscaras caso apresente sintomas, lavar as mãos com frequência e da maneira correta, evitar aglomerações e, principalmente, manter a vacinação em dia. Além disso, é importante evitar contato próximo com pessoas que estejam com sintomas parecidos com os da infecção.