No Brasil, estima-se que cerca de 1,6% da população já apresentou transtorno do pânico pelo menos uma vez durante a vida, de acordo com um estudo coordenado por Laura Andrade, do Instituto de Psiquiatria da USP, e publicado em julho de 2002 na Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology. É sabido que você não precisa vivenciar uma situação assustadora para desenvolver um ataque de pânico.
Essa situação delicada pode acontecer durante uma caminhada, em um restaurante ou descansando em casa, podendo surgir uma forte onda de medo, o que desencadeia sintomas físicos como coração acelerado, sudorese, falta de ar, náusea, dor no peito ou tremores. A sensação ruim pode durar alguns minutos e parecer fora de controle. O ataque de pânico é nada mais que um episódio de intensa ansiedade e existem maneiras de lidar com essa situação.
Como ocorre?
Quando ocorre esse momento de terror, o cérebro dispara um alarme na região central responsável pelo controle das emoções e da adrenalina. Segundo a literatura médica, um ataque de pânico ocorre quando a resposta de “fuga ou luta” é desencadeada. Isso pode ocorrer mesmo quando não existe um perigo real. Alguns dos fatores que podem preparar o corpo para ativar inadequadamente a resposta de “fuga ou luta” incluem:
- Estresse crônico (contínuo) – faz com que o corpo produza níveis mais elevados do que o normal de substâncias químicas do estresse, como a adrenalina.
- Estresse agudo (como vivenciar um evento traumático) – pode subitamente inundar o corpo com grandes quantidades de substâncias químicas do estresse.
- Hiperventilação habitual – perturba o equilíbrio dos gases sanguíneos porque não há dióxido de carbono suficiente no sangue.
- Exercício físico intenso – para algumas pessoas, pode causar reações extremas.
- Ingestão excessiva de cafeína – a cafeína do café, chá e outras bebidas é um forte estimulante.
- Uma mudança repentina de ambiente – como entrar em um ambiente superlotado, quente ou abafado.
Como lidar com esse momento?
- 1. Converse consigo mesmo
Quando você sentir que um ataque de pânico está chegando, lembre-se de que está sentindo ansiedade, e não um perigo real. Você pode até tentar abordar diretamente o medo. Pratique uma resposta imediata como “Não tenho medo” ou “Isso vai passar”.
- 2. Respire
Um ataque pode fazer você respirar rápida e superficialmente, então, tente lembrar de manter sua respiração sob controle. Então, feche seus olhos e inspire pelo nariz lenta e profundamente. Em seguida, deixe todo o ar sair suavemente pela boca. Se ajudar, você pode contar de 1 a 5 em cada inspiração e expiração. Nossa respiração é um calmante natural e pode ajudar a trazer uma sensação de relaxamento.
- 3. Faça um exercício de presença
Independente de onde você esteja, procure observar no ambiente cinco coisas que você pode ver ao seu redor. Então, quatro coisas que você pode tocar. Três sons que você pode ouvir. Dois tipos de aromas que você pode sentir. Quando você permanece no que está acontecendo ao seu redor, sua mente tende a trocar o medo por esse por essa ocupação que você deu a ela.
Tratamento
O transtorno de pânico, assim como qualquer outra doença, também exige acompanhamento médico e tratamento, que pode incluir medicamentos e psicoterapia. Consulte um médico se estiver apresentando sintomas de transtorno do pânico. Ele pedirá que você descreva seus sintomas, com que frequência você os apresenta e há quanto tempo os apresenta.