Os saquinhos de chá podem representar um risco para a saúde, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), na Espanha, e publicado na revista Chemosphere.
A pesquisa revelou que, durante o processo de infusão, esses pequenos saquinhos liberam milhões de microplásticos. Essas partículas, com diâmetro inferior a 5 milímetros, podem ser absorvidas pelo corpo humano, o que pode gerar possíveis impactos na saúde.
O que são microplásticos e como eles afetam a saúde?
Microplásticos são pequenos fragmentos de plástico que podem se originar de materiais maiores ou ser fabricados diretamente nesse tamanho. Eles estão presentes no ar, na água e nos alimentos, e sua exposição tem sido associada a possíveis danos ao corpo humano.
Estudos recentes indicam que essas partículas podem se acumular em órgãos como os pulmões, o coração, a placenta e até o cérebro. A pesquisa da UAB destacou que os microplásticos também podem ser absorvidos pelas células do intestino humano. Durante os experimentos, as partículas penetraram no núcleo celular, onde o material genético está armazenado.
Como reduzir a exposição aos microplásticos no chá?
Embora os riscos ainda estejam sendo investigados, algumas ações podem ajudar a diminuir a exposição aos microplásticos. Uma alternativa mais segura seria substituir os saquinhos de chá por folhas soltas; optar por produtos feitos de materiais naturais ou biodegradáveis; e escolher infusores de aço inoxidável ou cerâmica, que são opções mais sustentáveis e livres de plástico.
Os cientistas ressaltam a urgência de regulamentações mais rigorosas para reduzir a contaminação por microplásticos em embalagens e produtos que entram em contato com alimentos.
“É fundamental desenvolver métodos de teste padronizados para avaliar a contaminação por microplásticos e nanoplásticos liberados de materiais plásticos em contato com alimentos e formular políticas regulatórias para mitigar e minimizar efetivamente essa contaminação. À medida que o uso de plástico em embalagens de alimentos continua a aumentar, é vital abordar a contaminação para garantir a segurança alimentar e proteger a saúde pública”, pontuam os pesquisadores da UAB.