Nesta semana foram confirmados quatro óbitos de pessoas que visitaram uma fazenda em Campinas, em São Paulo, em decorrência da febre maculosa, que é transmitida pelo carrapato-estrela, que é hospedeiro de bactérias do gênero Rickettsia. A comoção em cima do ocorrido aumentou significativamente o interesse público em como evitar os parasitas, formas de contágio e quais animais podem servir como uma via para a infecção. Pensando nisso, separamos informações preciosas de quais animais podem hospedar o parasita, como ocorre a transmissão e principais cuidados.
Quais animais são hospedeiros e como ocorre a transmissão?
Uma das principais buscas no google nesta semana foi quais animais poderiam ser hospedeiros do parasita Amblyomma cajennense, o carrapato-estrela. Segundo especialistas, a praga não atinge apenas uma única espécie, ele pode ser encontrado em cavalos, bois, gambás, micos, aves, répteis e o homem, mas também em animais de estimação como gatos e cachorros.O parasita possui duas fases, de acordo com o professor de medicina veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), Flávio Moutinho.
Sendo elas, a adulta, quando eles já têm um formato estrelado e são mais perceptíveis ao olhar humano, e a inicial e larval, conhecida em zonas rurais como “micuim”. “A fase inicial é a que mais preocupa. Isso porque eles têm um tamanho microscópico e são quase imperceptíveis. Ficam no solo ou na vegetação e esperam o hospedeiro passar. Este hospedeiro pode ser um humano ou animal, embora sejam preferencialmente cavalos e capivaras”, destaca.
“Como são pequenos, não vemos e, se o carrapato está infectado com a bactéria e fica muito tempo na pele, pode passar para a gente”, aponta ele. No entanto, fica a dúvida, o que fazer se for picado por um carrapato-estrela? De acordo o veterinário José Renato de Rezende Costa, membro da Comissão Nacional de Saúde Pública do Conselho Federal de Medicina Veterinária, é preciso que os animais de estimação sejam sempre analisados, de modo que a presença de carrapatos – estrela ou não – seja identificada precocemente
Se for identificado a contaminação, é recomendado que eles sejam levados ao veterinário, que deve fazer a indicação do melhor produto a ser usado. Já em humanos, o carrapato deve ser removido com uma pinça. “Não aperte ou esmague ele, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de removido, a área deve ser lavada com álcool, água e sabão. Quanto mais rápido for retirado, menor o risco de desenvolver a doença”, explica. “É importante que pessoas que frequentam áreas rurais fiquem atentas. Procurem os médicos aos primeiros sinais e, para animais domésticos, levem em veterinários”.
Como prevenir a doença?
- Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
- Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
- Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
- Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
- Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
- Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
- Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
- Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.