Alimentos ultraprocessados, agrotóxicos, microplásticos… Não são tempos fáceis para o fígado. A alimentação contemporânea predominante contribui com a sobrecarga desse órgão vital que todo dia administra a ingestão de químicos, gorduras, corantes, conservantes e aromatizantes, entre outras substâncias e toxinas que dependem das funções hepáticas para serem direcionadas ou eliminadas.
O fígado também tem outra tarefa, a de metabolizar e armazenar nutrientes, ou seja, as partes boas da alimentação também passam por esse “portão”, para ficarem prontas para serem absorvidas e utilizadas pelo corpo.
SAIBA “OUVIR” SEU FÍGADO
Em entrevista ao Notícias ao Minuto, a hepatologista Dra. Patricia Almeida, explica que o próprio organismo trabalha para eliminar naturalmente as toxinas, usando veículos como a transpiração, a respiração, as fezes e a urina.
"Porém, quando há um exagero, o corpo pode sofrer os efeitos e sinalizar que existe um desequilíbrio no fígado, que passa a trabalhar com uma carga maior para filtrar as impurezas do sangue", pondera a especialista.
A especialista enfatiza que é por essa razão que se torna importante saber “ouvir” o fígado, pois quando fica difícil para ele, o corpo todo pode ficar comprometido. “Na maioria das vezes, os problemas hepáticos são silenciosos. A pessoa demora a apresentar sinais clínicos e sintomas”, explica.
SINAIS DE ALERTA NO FÍGADO
1-Coceira na pele: a coceira na pele pode ser um sintoma de doenças hepáticas. Quando o fígado não está saudável, substâncias tóxicas podem se acumular no sangue e causar irritação na pele.
2- Hematomas após pancadas leves: o paciente com doença hepática pode apresentar uma maior facilidade em desenvolver equimoses (manchas roxas na pele) e sangramentos após traumas de pequena intensidade. Isto ocorre porque o fígado é responsável pela produção de proteínas que participam do sistema de coagulação do sangue.
3- Urina com cor muito escura ou cheiro forte: embora também possam indicar infecções urinárias ou intestinais, mudanças devem ser observadas com cuidado: urina escura, num tom parecido com o da Coca-Cola. Em geral, a tonalidade saudável da urina é amarelo-pálido.
4-Dor de cabeça frequente: é comum que os pacientes com suspeita de doença hepática também sofram com tonturas e enjoos, além de dor de cabeça frequente.
5-Falta de apetite: fraqueza, falta de apetite, letargia e baixo rendimento físico e mental podem apontar disfunções no fígado. Como o órgão trabalha no armazenamento de vitaminas A, D, E e K, essenciais para manter bons níveis de energia, seu comprometimento por acúmulo de toxinas dificulta a filtragem do sangue e a oxigenação das células.