Atualmente, o Brasil vem passando por uma fase de epidemia do mosquito Aedes aegypti, cumulando casos de mortes, confirmados e os que ainda estão em investigação. Na campanha de combate à doença - entre as diversas formas - você certamente já ouviu o barulho do chamado “carro do fumacê” passando na porta da sua casa.
Esse produto trata-se de um inseticida dissipado para matar o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, já foram distribuídos pelo menos 183,9 mil litros aos estados para aplicação do produto nas cidades. Mas como ele funciona?
DO QUE É COMPOSTO O FUMACÊ
O produto para aplicação espacial a ultra baixo volume (UBV), popularmente chamado fumacê, é um inseticida com combinação de duas moléculas (Praletrina + Imidacloprida) e solventes. Por ser uma técnica de aplicação a UBV a frio, não há a formação de nuvem de fumaça por não haver a queima de óleo mineral no momento da aplicação.
COMO É FEITA A APLICAÇÃO?
Esta técnica de aplicação pode ser realizada utilizando equipamento costal motorizado (portátil) ou equipamento veicular pesado. Sua eficácia é limitada, uma vez que somente os insetos adultos que estiverem em voo no momento da pulverização serão controlados. É uma técnica recomendada para utilização durante períodos de epidemia para reduzir a densidade de mosquitos alados e reduzir a transmissão de doenças como a dengue, a Zika ou a chikungunya.
APENAS 10% DE EFICÁCIA
A agressividade da doença e a rapidez do aumento de casos acaba assustando a população que procura formas de prevenção, principalmente vinda dos órgãos públicos. Em entrevista ao Meio News, a médica infectologista Dra. Amparo Salmito explica que esse momento de “estresse” causado pela dengue, deixa as pessoas ansiosas com o famoso fumacê.
“A necessidade do fumacê é específica, ocorre apenas quando há o foco de casos clínicos naquela determinada região. Mas, a Organização Mundial da Saúde diz que o fumacê não é eficaz nem em 10%. Ele elimina, e o veneno fica no espaço, mas se der um vento forte, o fumacê é carregado do local, e acaba não fazendo faz efeito, afirma a médica.
OUTRAS FORMAS DE PREVENÇÃO
- Evitar água parada em pneus, latas e garrafas vazias;
- Cuidar das plantas e vasos, potes e outros objetos que acumulam água;
- Realizar a limpeza regular da caixa d’água e sempre mantê-la fechada, com tampa adequada;
- Verificar calhas, retirando folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr por elas;
- Colocar lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada, assim como eliminar entulhos do seu quintal;
- O pote de água para seu animal de estimação também deve ser trocado com frequência;
- Eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerante e sacos abertos que possam acumular água;
- Piscinas que não estiverem em uso podem ser cobertas para evitar a proliferação dos mosquitos;
- Tampar os ralos é mais uma medida recomendada.
O MOSQUITO SE ADAPTA
Como outras espécies na natureza, o mosquito também se adapta às condições de subsistência e a água limpa deixou de ser a única opção para que a fêmea deposite seus ovos. De acordo com a infectologista, essa é uma das maiores preocupações. “Diferente do outros anos, nós tivemos um período sem chuva, depois choveu, apareceram casos, a chuva suspendeu, e ainda assim os casos continuaram. Ou seja, o que está circulando são os mesmos sorotipos - o 1 e o 2”.
A médica também deixa o alerta para a procura imediata de um serviço médico após os primeiros sinais dos sintomas da doença, como febre, dor nos olhos, dor na cabeça e mal estar.