Hábitos diurnos e noturnos: como funcionam e quais prejuízos para a saúde

Especialista destaca questões biológicas que influenciam diretamente nesses dois perfis e os impactos à saúde

Não dormir bem pode trazer alguns prejuízos à saúde | Reprodução/Internet
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Certamente, você já deve ter deixado alguma atividade para realizar em um momento específico do seu dia por entender que, nesse período, seria capaz de executá-la de maneira mais eficiente. Apesar de parecer apenas uma simples preferência pessoal, essas escolhas podem estar ligadas a questões biológicas. De fato, existem aquelas pessoas que se autodenominam “diurnas”, optando por realizar suas principais tarefas durante a luz do sol, enquanto outras se reconhecem como “vespertinas” e acreditam que o período oferece um ambiente mais propício para a realização de atividades.

E isso se deve ao fato de que cada pessoa possui um cronotipo diferente, que determina os momentos de maior energia e fadiga com base em um ciclo circadiano de 24 horas. Assim, enquanto o primeiro perfil tem facilidade em dormir e acordar cedo, o segundo já enfrenta resistência e prefere dormir e acordar tarde, optando por uma rotina totalmente diferente.

Regulação do ciclo do sono

Normalmente, a regulação do nosso ciclo de sono ocorre pela quantidade de luz à qual estamos expostos ao longo do dia, através de um hormônio chamado melatonina. E é durante a noite, quando a luminosidade está reduzida, que o nosso organismo costuma produzir e liberar mais desse neurotransmissor, induzindo o sono.

"Esse é o processo considerado normal para a maioria das pessoas. No entanto, seja por fatores genéticos, má higiene do sono, condições relacionadas à saúde mental ou mesmo envelhecimento, algumas delas podem apresentar uma alteração no seu padrão fisiológico, trocando gradualmente o dia pela noite e se adaptando a esse novo formato", explica o Dr. Maurício Lobato, neurologista do AME Itu, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.

De modo geral, a exigência de rotinas e obrigações, muitas vezes, interfere nesse ciclo biológico do indivíduo, levando uma pessoa noturna, por exemplo, a acordar cedo demais, ou uma pessoa matutina a dormir muito tarde. Esse embate entre rotinas e cronotipos pode repercutir negativamente na saúde quando frequente, tornando o dia a dia mais difícil.

Prejuízos

A qualidade inadequada do sono acaba por afetar na concentração, memória, aprendizagem, raciocínio lógico, criatividade, humor e aparência. “Em alguns casos, o sono inapropriado e sem qualidade pode também levar a condições médicas como depressão, ansiedade, doenças cognitivas e maior risco de doenças vasculares, como o AVC (acidente vascular cerebral)”, reforça o neurologista.

Por isso, para atingir qualidade de sono e desempenhar bem suas tarefas do cotidiano, é importante, antes de tudo, que você entenda em qual dos perfis se encaixa, para, assim, buscar ao máximo explorar e respeitar os seus limites. “Se você consegue manter-se acordado à noite sem ficar fatigado e, depois disso, ainda ter um sono reparador no período diurno, significa que você é uma pessoa propensa a hábitos mais noturnos. Caso contrário, pode-se dizer que você está mais inclinada a ser uma pessoa diurna”, destaca Dr. Maurício.

É importante salientar que essas características não são 100% definidas e podem passar por modificações em diferentes fases da vida. Dessa forma, torna-se de extrema importância observar todos os sinais que o corpo dá, para, então, poder tirar o melhor proveito do seu tempo e, claro, evitar possíveis transtornos de saúde.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES