O tratamento é baseado em poliquimioterapia, que consiste em um esquema de vários antibióticos. Uma parte deles deve ser recebido uma vez por mês nas unidades básicas de saúde (UBSs) ou centros de referência, sendo utilizados no próprio ambulatório sob a supervisão da equipe médica. As doses diárias restantes são tomadas em casa.
A terapia varia de acordo com o tipo da enfermidade. Para a paucibacilar, dura seis meses. Já para a multibacilar, leva um ano.
“O paciente tem que estar muito bem orientado sobre o tratamento, porque ele é longo. Se deixar de tomar muitas doses supervisionadas, tem que refazer tudo”, avisa a dermatologista. Cabe frisar que o esquema terapêutico é oferecido exclusivamente no SUS.
Sandra lembra que cerca de 40% das pessoas doentes ainda correm o risco de passar pelas reações hansênicas durante ou depois da terapia, como citamos antes. Nesses quadros, as lesões dão uma piorada e surgem febre e dor nos nervos.
“Normalmente, isso acontece quando o indivíduo não elimina totalmente os detritos inflamatórios. Aí, quando surgem outras infecções, como um simples resfriado, o sistema imune é estimulado e reage dessa forma”, esclarece a especialista.
Ao finalizar a poliquimioterapia, o paciente é considerado curado. Contudo, os medicamentos não são capazes de restaurar os estragos nos nervos periféricos. Por isso é tão importante realizar o diagnóstico precoce e iniciar a terapia o quanto antes.
Nos casos em que a doença já tiver avançado, será necessário, junto aos antibióticos, fazer um trabalho de prevenção à incapacidade. Ele consiste em fisioterapia e orientações para evitar infecções e novas lesões no dia a dia.
“Quando o indivíduo é bem ensinado, mesmo já com algum dano, ele pode ficar muito bem, sem desenvolver incapacidade”, relata.