O motorista de carreta Roberto Luiz, de 53 anos, da região da Baixada Santista, quase morreu após contaminação por leptospirose. As suspeitas é de que o paciente tenha sido contaminado depois de ingerir uma manga que ele pegou às margens da Rodovia Washignton Luís, quando ele fazia o trajeto para Santos, no litoral de São Paulo.
Roberto começou a ter sintomas dois dias depois de comer a fruta, ele apresentou febre, dores musculares e vômito, mas voltou ao trabalho. Os sintomas, no entanto, só pioraram e ele chegou a vomitar dentro da carreta. Com isso, o motorista foi levado a um hospital, medicado e liberado. Ao voltar para a cidade de Santos, ele recebeu o diagnóstico de dengue, em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que ele procurou.
O motorista, no entanto, começou a apresentar piora no quadro, o que o preocupou. “Meu caso começou a ficar muito grave. Porque eles não estavam entendendo o que estava acontecendo. Eu com dor no corpo inteiro. Você não conseguia encostar em mim. É dor intensa o tempo todo”, contou o homem ao G1.
Internação
Alguns exames laboratoriais feitos por Roberto mostraram que ele estava com infecção do trato urinário e insuficiência renal aguda. Depois disso, foi solicitado que ele fosse internado. Quando o motorista começou a apresentar icterícia (pele e olhos amarelados), foi realizada sua transferência para a Santa Casa de Santos. No local, ele repetiu os exames e o diagnóstico de dengue foi descartado.
Um médico da Santa Casa de Santos perguntou a Roberto se ele havia caído em uma enchente ou bebido em latinhas. O motorista, então, lembrou do caso das mangas. “Nessas loucuras de pegar manga, eu peguei várias, enchi a sacola, e no chão tinha algumas já maduras. Eu peguei do chão, descasquei com a boca e comi, normal, como eu sempre fiz com goiaba, com várias outras frutas que eu pegava”, disse ao G1.
Síndrome de Weil
Os médicos perceberam que Roberto teve um quadro de Síndrome de Weil, que a manifestação mais grave da leptospirose, em que o paciente pode apresentar insuficiência renal e hemorragia. No processo de tratamento do quadro, o paciente realizou sessões de hemodiálise e começou a ter uma melhora. Ele recebeu alta no Natal.