A doença de Alzheimer era conhecida por afetar majoritariamente idosos, geralmente, acima dos 60 anos, mas isso está mudando, principalmente após a pandemia de Covid-19 que assolou o mundo. No início do ano, uma clínica de memória na China diagnosticou um jovem de 19 anos com a provável doença degenerativa.
Esse foi o paciente mais jovem conhecido com o diagnóstico. Neurologistas do Hospital Xuanwu da Capital Medical University, em Pequim, dizem que o cérebro do paciente mostrou sinais precoces da doença neurodegenerativa, incluindo atrofia do hipocampo e encolhimento.
Os responsáveis pelo caso acreditam que o jovem tenha experimentado sinais de alerta de demência por dois anos antes de seu diagnóstico. A causa da doença nesse jovem ainda é um mistério. Comumente, diagnósticos de Alzheimer antes dos 65 anos representam cerca de 5% a 10% de todos os casos, de acordo com a última atualização do Índice de Saúde Blue Cross Blue Shield (BCBS).
No entanto, o mesmo relatório destaca um aumento de 200% no diagnóstico de Alzheimer entre 2013 e 2017 em pessoas com idades entre 30 e 64 anos. No Brasil, houve 211.658 óbitos por doença de Alzheimer entre 2000 e 2019, dos quais 64% eram do sexo feminino. Setenta e três por cento dos óbitos tinham 80 anos ou mais de idade, 23% pertenciam à faixa etária de 70-79 e 4% à de 60-69.
Quais foram os sintomas sentidos pelo jovem?
O jovem de 19 anos, começou a sofrer perda gradual de memória e dificuldade de concentração aos 17 anos. Ele também apresentava reações retardadas e dificuldades de leitura, segundo os autores. Suas pontuações no Teste de Aprendizagem Auditiva Verbal da Organização Mundial da Saúde-Universidade da Califórnia em Los Angeles (OMS-UCLA AVLT) também confirmaram o grave comprometimento da memória.
O caso foi apresentado no Journal for Alzheimer’s Disease. Além disso, chama atenção também o fato do rapaz não ter histórico familiar de demência ou uma mutação genética que geralmente é encontrada em pacientes muito jovens com Alzheimer. Embora nenhuma causa tenha sido identificada, a pesquisa indica que o início precoce da doença provavelmente resulta de múltiplos fatores, incluindo genética, estilo de vida e ambiente.
Não há cura conhecida para qualquer forma de Alzheimer, embora o diagnóstico imediato e a intervenção precoce tenham demonstrado retardar sua progressão. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.
Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, afetando a memória e o raciocínio. Os principais sinais de alerta para essa doença degenerativa são:
- Perda de memória que atrapalha a vida diária
- Desafios no planejamento ou resolução de problemas
- Dificuldade para cozinhar, dirigir, usar o celular ou fazer compras
- Dificuldade com equilíbrio ou julgar distância, tropeçar em coisas em casa ou derramar coisas com mais frequência
- Dificuldade para lembrar palavras