Já entramos no mês dedicado à conscientização das hepatites virais, inflamações causadas por vírus classificados pelas letras A,B,C,D (Delta) e E que podem estar relacionadas ao uso de medicamentos, álcool, drogas, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Muitas vezes essas enfermidades, principalmente as hepatites B e C, não manifestam sintomas na fase inicial e acabam por exigir cuidados imediatos de forma a melhorar o prognóstico em relação à doença.
O diagnóstico precoce é fundamental, bem como a vacinação para as hepatites virais, "A" e "B", por exemplo. Segundo o Dr. Felipe Borges, gastrocirugião da Gastrofig o maior número de casos são da hepatite A, que está relacionada a falta de saneamento básico e higiene. Em seguida, a hepatite B, que atinge em maior proporção de transmissão por vias sexuais e contato sanguíneo. A hepatite C, tem como sua principal forma de transmissão o contato com sangue e ela é a principal causa de transplantes de fígado, capaz de causar cirrose e câncer.
Já a hepatite tipo D, é causada pelo vírus (VHD), e ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. E seguindo a sequência do alfabeto, a hepatite E é causada pelo vírus (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral).
Os diagnósticos das hepatites podem ser feitos pelo exame de sangue, com testes de sorologia específico. O médico alerta que os sintomas nem sempre aparecem, mas quando surgem geralmente o indivíduo sente cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
"A prevenção é sempre o melhor remédio, mas para cada tipo de hepatite existe um tratamento específico. Quanto antes for diagnosticada melhor será a resposta aos tratamentos existentes", ressalta o especialista.
A campanha "Julho Amarelo" foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019, com o objetivo de reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. No Brasil, as mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, mesmo que com menor frequência, os vírus das hepatites D (mais comum na região Norte do país) e E, menos presentes no Brasil. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para todos os tipos, independentemente do grau de lesão do fígado.
"A falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio, por isso, a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste, gratuitamente em qualquer posto de saúde e, em caso de resultado positivo, façam o tratamento que está disponível na rede pública de saúde", finaliza o Dr. Felipe Borges, gastrocirugião da Gastrofig.
Quem mais deve fazer o teste para hepatite?
Segundo o Instituto Brasileiro do Fígado (IBRAFIG) e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), pessoas com idade igual ou superior a 40 anos ou que receberam transfusões de sangue, transplantes de órgãos antes de 1993, usuárias de drogas injetáveis ou que compartilham agulhas injetáveis ou submetidas a procedimentos de tatuagens, piercings ou de escarificação, sem o devido controle sanitário, e infectados pelo HIV precisam fazer o teste.
Além desses grupos, os presidiários, pessoas com antecedentes de encarceramento, desabrigadas, indivíduos com múltiplos parceiros sexuais ou com doenças sexualmente transmissíveis também necessitam checar a saúde.
Vale ressaltar que é importante detectar e tratar a doença precocemente, pois, dessa maneira os danos ao fígado e a outros órgãos ainda podem ser controlados para realizar o tratamento e receber os cuidados adequados.