MC Bin Laden, que atualmente integra a vigésima quarta edição do Big Brother Brasil, revelou aos seus colegas de confinamento que faz uso de um remédio vasodilator indicado para disfunção erétil como parte de sua rotina de treinos na academia. O funkeiro faz uso da tadalafila, que tem ação semelhante ao conhecido Viagra.
O objetivo do uso é ter mais energia durante os exercícios, no entanto, a prática é perigosa e não recomendada por especialistas. O personal trainer Victor Gomes, de Brasília, destaca que não existe nenhuma evidência científica que aponte para um melhor desempenho físico com o uso do remédio. “Se fosse para treino, não se chamaria Viagra”, brinca o profissional em entrevista ao Metrópoles.
Isaac Nunes, nutricionista esportivo também de Brasília, complementa: “O impacto que a substância tem na vascularização do organismo é pequeno e o remédio é feito justamente para dilatar a região íntima, que tem uma anatomia específica. No corpo, acho que não serve para nada".
O que dizem os estudos sobre o tema?
Esse não é um tema novo para os estudiosos. O efeito da automedicação com substâncias vasodilatadoras para a prática de atividade física já foi estudado e teve seus potenciais benefícios descartados. Um artigo sobre o uso de tadalafila na academia foi publicado no Brazilian Journal of Development em 2022.
De acordo com os médicos responsáveis, sem recomendação, o remédio pode colocar em risco a integridade fisiológica do organismo. O urologista Marco Tulio Cavalcanti, de São Paulo, orienta que o uso deste medicamento para quem não possui prescrição pode gerar uma espécie de dependência pela necessidade de uso contínuo, o que pode dificultar ereções depois da interrupção.
Além dessa dependência, pode também ocorrer uma tolerância que apaga seus efeitos e obriga o usuário a tomar doses maiores. A tadalafila também pode levar a ereções constantes que podem ser dolorosas e, em raros casos, até danificar o pênis.
Já outro estudo, publicado na Revista JRG de Estudos Acadêmicos em 2021, revelou que a maioria das pessoas que usavam remédios para a disfunção erétil com menos de 30 anos admitiam não sofrer com o problema. O uso era justamente para ter mais disposição sexual ou energia no dia a dia.