A volta às aulas de 2022 é umas das mais esperadas de todos os tempos. Afinal, depois de 2 anos de ensino remoto, finalmente a maioria das crianças e adolescentes deve voltar para o ensino presencial nos próximos dias.
Apesar da expectativa e da alegria desse momento, existe um aspecto que não chama muito a atenção dos pais, mas deveria! Por isso, precisamos falar sobre a mochila escolar e como ela pode prejudicar a coluna e outras partes do corpo das crianças e adolescentes.
Peso e forma de carregar a mochila
O aspecto mais importante das mochilas escolares é o peso. Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, o problema mais crítico das mochilas é o peso.
A maioria dos estudantes carrega um peso acima do que seria o recomendado. O cálculo do peso da mochila precisa estar de acordo com o peso da criança ou adolescente”.
A conta é muito simples: a mochila deve pesar até 10% do peso corporal de quem a carrega. Um exemplo: uma criança que pesa 40 kg deve carregar uma mochila de, no máximo, 4 kg.
Além do peso, há um jeito correto de carregar a mochila. “As crianças e adolescentes costumam pendurar a mala em um ombro só. Isso afeta demais a saúde da coluna e a região dos ombros. A outra tendência quando se carrega peso demais é de curvar o tronco para frente, principalmente ao subir escadas ou uma ladeira, por exemplo”, comenta Walkíria.
Deformidade na coluna
A postura inadequada ao carregar a mochila, ao longo do tempo, pode causar curvaturas anormais na coluna, entre outros problemas.
"Entre as consequências estão o desenvolvimento de uma cifose, lordose, bem como o agravamento da escoliose em quem já tem. Há outro prejuízo quando se carrega a mala de um lado só do corpo, que é o desalinhamento do eixo corporal”, reforça a especialista.
Dicas para os pais
Felizmente, as crianças menores costumam usar as malas de rodinhas, ótimas para prevenir as lesões e problemas na coluna. Assim, é preciso prestar atenção nas crianças maiores e adolescentes que usam as mochilas tradicionais.
Mochila ou carrinho?
“Sempre que a criança aceitar, os pais devem investir na mochila com rodinhas, pois é o modelo ideal para prevenir lesões e alteração da postura. Contudo, é preciso ajustar o tamanho da mala à criança e manter uma postura ereta para puxá-la, sem fazer flexão lateral de tronco”, indica Walkíria.
Peso
É muito importante que os pais supervisionem o peso da mala. Uma dica é ajudar a criança ou adolescente a fazer um calendário das aulas para levar na mochila apenas o material que será usado no dia.
Divida os materiais
Quando não for possível reduzir o peso da mochila, a solução é usar uma bolsa ou outra mala para dividir o peso. A ideia é levar a mochila nas costas e essa outra mala nas mãos. Claro, essa segunda bolsa não deve ser muito pesada.
Orientação para os adolescentes
Como a fase da adolescência é um pouco mais complicada, os pais precisam ter tato quando o assunto é a mochila.
“De vez em quando, procure segurá-la para se certificar de que o peso está adequado. Além disso, os pais podem e devem dar orientações de como carregar a mochila para evitar as lesões e alterações posturais”, diz a especialista.
Walkíria lembra que a má postura e movimentos que causam prejuízos na coluna, durante a infância e a adolescência, podem não ter um efeito imediato.
“Muitos problemas musculoesqueléticos que surgem no final da adolescência e na juventude podem ser uma consequência dos vícios posturais que se instalaram na infância. Por isso, a consciência corporal e a postura precisam ser ensinadas desde cedo”, finaliza.