Nesta última quinta-feira (9), a ex-participante da vigésima segunda edição do Big Brother Brasil, Brunna Gonçalves, esposa de Ludmilla, surpreendeu seus seguidores ao relatar seu hábito de comer carne crua. O vídeo compartilhado pela dançarina em suas redes sociais, onde aparece comendo o alimento viralizou e dividiu opiniões. “Eu amo carne crua e temperada. Só carne. É muito bom”, afirmou ela.
A cena gerou repercussão nas redes sociais e dividiu opiniões sobre a prática. Houve quem concordasse com a ex-sister e quem criticasse, apontando pontos prejudiciais à saúde ao consumir o alimento cru. Com as críticas negativas, Brunna Gonçalves voltou atrás e revelou que após uma pesquisa descobriu que o consumo da carne crua não é uma opção favorável à saúde. “Fui pesquisar e descobri que realmente faz mal. Eu nunca mais vou comer. Por favor, não consumam”, pediu ela.
No entanto, o que dizem os especialistas sobre o consumo da carne crua? Pode comer o alimento sem cozinhá-lo? A médica veterinária Renata Ernlund Freitas de Macedo explica que, em tese, qualquer carne poderia ser consumida crua se fosse proveniente de um animal sadio, que não possuísse qualquer enfermidade ou parasitose, e se todas as etapas de sua obtenção fossem conduzidas de maneira higiênica, sem haver contaminação cruzada.
Os alimentos crus, especialmente carnes altamente perecíveis, proporcionam um ambiente propício para a proliferação de microrganismos e bactérias prejudiciais, podendo causar infecções graves, mesmo em pessoas saudáveis. No entanto, durante o cozimento, muitos desses microrganismos são eliminados. Além disso, especialistas ressaltam que não há benefícios nutricionais em consumir carne crua em comparação com a carne cozida. A única diferença significativa é o sabor.
QUAL O PERIGO DE COMER CARNE CRUA?
Carnes cruas provenientes de fontes não seguras e contaminadas têm potencial de causar doenças graves. Os quadros mais comuns são causados pelos seguintes patógenos:
- Bactérias do gênero Salmonella: causam infecção alimentar e as pessoas infectadas apresentam sintomas como diarreia, febre, náuseas e distensão abdominal;
- Bactéria Escherichia coli: provoca sintomas como febre, diarreia, dor abdominal;
- Protozoário Toxoplasma sp: pode causar toxoplasmose, doença que, na forma grave, provoca febre, aumento dos gânglios corporais, comprometimento visual, cerebral e em outros órgãos;
- Parasita Taenia sp: pode ocasionar verminose intestinal, doenças musculares ou cerebrais.
De acordo com Igor Maia Marinho, infectologista do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e coordenador da área de infectologia do Hospital Leforte/Dasa (São Paulo), a contaminação por bactérias e outros microrganismos pode ocorrer enquanto o animal de abate ainda está vivo, durante o processo de produção, por exemplo, por ausência ou poucos cuidados de saúde específicos e/ou na falta da identificação precoce de animais doentes, ou após o abate, geralmente por má conservação.
COMO SE PREVENIR DA CONTAMINAÇÃO
A lavagem da carne não é adequada nem suficiente para eliminar os microrganismos, caso estejam presentes, de acordo com Angélica Simone Cravo Pereira, responsável pelos Laboratórios de Ciência da Carne e Pesquisa em Gado de Corte da FMVZUSP (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de São Paulo). A especialista recomenda que, se o desejo é mesmo consumir a carne crua, é preciso observar algumas características na hora da compra. "A carne bovina e suína deve apresentar gordura firme, cor vermelho brilhante, cheiro agradável e ter o mínimo de líquido possível. No caso das carnes de aves, a cor da pele varia do branco ao amarelo e a superfície deve ser brilhante e firme ao tato", ensina.