Acordar, mas não conseguir se mexer. A sensação de estar sendo observado, sufocado, mas não identificar pelo quê. Ter medo, mas não conseguir gritar. Se você já passou por alguma dessas experiências ao acordar, você já viveu um episódio de paralisia do sono. E, apesar de todas as atribuições sobrenaturais dadas a esse fenômeno, a ciência tem a resposta para a paralisia.
Mas, primeiro, é preciso entender como o nosso cérebro funciona durante o sono. Em resumo, o período do sono é dividido em quatro fases, que se iniciam com o sono mais leve, como um cochilo, e vão evoluindo até a fase 4, de sono mais profundo.
“Elas começam quando nosso corpo vai ficando cada vez mais relaxado, então você sai daquele cochilinho leve e vai ficando cada vez mais mole, o batimento cardíaco mais lento e a respiração mais profunda até a fase 3 do sono. Depois vem a fase REM [“movimento rápido dos olhos”, em inglês], que é quando não só os olhos se movem, mas o cérebro parece estar acordado, com muitos pensamentos e sonhos, mas, ao mesmo tempo, todos os músculos estão relaxados”, explica o dr. Maurício Hoshino, neurologista do Hospital Santa Catarina.
Todo esse ciclo se repete, em média, quatro vezes por noite. E a fase REM é fundamental para manter as funções cognitivas, como a memória e a capacidade de aprender.
A paralisia ocorre quando há um descompasso entre o mecanismo cerebral e o mecanismo de ativação dos músculos. Como se o interruptor fosse apertado, mas a luz não acendesse. Acontece somente no início do sono ou nos primeiros minutos ao acordar, quando a pessoa está em alerta, mas os músculos não respondem.