Inicia hoje (12) a campanha nacional de vacinação contra a gripe para prevenir a contaminação pelo vírus influenza. A campanha deve se estender até o dia 9 de julho e tem como objetivo vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis, o que inclui mais de 79 milhões de pessoas. Velho conhecido do sistema de saúde, o influenza costuma circular no Brasil com mais intensidade a partir de março e pode ser um dos causadores da SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). De acordo com dados do próprio Ministério da Saúde, em 2020 foram notificadas 2.150 hospitalizações por SRAG no Brasil.
A maioria, no entanto, aconteceu antes da epidemia do novo coronavírus se instalar no país, o que leva a crer que o isolamento social imposto pela covid-19 contribuiu também para impedir o influenza de circular com maior liberdade. Calendário e grupos prioritários Para 2021, o Ministério da Saúde atualizou alguns grupos prioritários para a vacinação, em especial os idosos e trabalhadores da saúde.
Confira o público-alvo da campanha deste ano:
Crianças entre 6 meses e menores de 6 anos (5 anos, 11 meses e 29 dias);
Gestantes e puérperas;
Povos indígenas;
Trabalhadores da saúde;
Idosos com 60 anos ou mais;
Professores das escolas públicas e privadas;
Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
Pessoas com deficiência permanente;
Forças de segurança e salvamento;
Forças Armadas;
Caminhoneiros;
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
Trabalhadores portuários;
Funcionários do sistema prisional;
Adolescentes e jovens entre 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
População privada de liberdade.
O calendário da campanha foi dividido em três etapas:
1ª etapa - de 12/04 a 10/05: crianças, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde;
2ª etapa - de 11/05 a 08/06: idosos e professores; 3ª etapa - de 09/06 a 09/07: demais grupos.
Por que é importante tomar a vacina?
Para começar, a vacina da gripe é importante para evitar que você se contamine com outro vírus potencialmente perigoso para a saúde. "Isso vai evitar que duas epidemias aconteçam juntas e ainda facilitar o diagnóstico de quem desenvolver a covid-19, que possui sintomas semelhantes aos da gripe", afirma Raquel Muarrek, infectologista da Rede D'Or. O influenza ainda é conhecido por provocar complicações respiratórias graves em pacientes imunodeprimidos, idosos e pessoas com outras doenças —público bastante vulnerável também ao novo coronavírus.
Além disso, estar imunizado também reduz os casos gripais em que há a necessidade de cuidados intensivos —aumentando a disponibilidade de leitos justamente em um momento em que os hospitais e clínicas encontram-se em colapso por conta da alta demanda de pacientes graves de covid-19.
Posso tomar junto com a vacina contra o novo coronavírus?
Não. Como não existem estudos da aplicação conjunta das duas vacinas, a recomendação do Ministério da Saúde é que exista um intervalo de 14 dias entre a aplicação dos dois imunizantes. "Não há nada dizendo que existe perigo, mas, na ausência de estudos, o mais recomendado é que se respeite esse intervalo entre vacinas", explica Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Segundo ela, a recomendação é que, se existe uma chance de tomar a vacina contra o novo coronavírus em breve, ela seja priorizada. "Mas as duas doenças são graves e podem levar à morte, portanto, é importante que a vacina da gripe seja aplicada após o intervalo indicado", alerta a especialista.
Qual a tecnologia da vacina da gripe?
A vacina da gripe contém o vírus inativado (no caso, o influenza e alguns subtipos) que, ao entrar em contato com as células do nosso corpo, provoca uma resposta imunológica, criando anticorpos para esse patógeno. Se o vírus tentar infectar o organismo, essa defesa é reativada por meio da memória do sistema imunológico, eliminando a ameaça antes que ela provoque a doença.
O H1N1 é um subtipo do influenza considerado bastante perigoso —ele é conhecido por provocar complicações como pneumonia, especialmente em grupos de risco como idosos, gestantes e crianças pequenas.
Além dele, a vacina da gripe na rede pública é a trivalente e inclui cepas de outros dois subtipos do influenza: o H3N2 e um subtipo de influenza B (Victoria). Na rede privada, a vacina comercializada é a tetravalente e inclui uma cepa a mais do vírus influenza B. Vale lembrar ainda que, como o influenza tem uma alta taxa de mutação, a vacina precisa ser reaplicada todos os anos com o tipo mais prevalente no período de observação epidemiológica.
Ela protege contra o novo coronavírus? Não. A vacina da gripe protege apenas contra o vírus influenza (e alguns subtipos mais comuns). Não há nenhuma evidência científica até agora que indique que o corpo tem uma resposta imunológica ao novo coronavírus por conta da vacina da gripe. Quais as recomendações para tomar a vacina de forma segura? As estratégias da campanha de 2020, que aconteceu também em plena pandemia, ainda valem: tentar evitar horários de pico, levar apenas um acompanhante (se for necessário) e ainda manter o distanciamento social, o uso de máscara (se possível, as melhores são as tipo PFF2/N95) e álcool em gel.
Quais as recomendações para tomar a vacina de forma segura?
As estratégias da campanha de 2020, que aconteceu também em plena pandemia, ainda valem: tentar evitar horários de pico, levar apenas um acompanhante (se for necessário) e ainda manter o distanciamento social, o uso de máscara (se possível, as melhores são as tipo PFF2/N95) e álcool em gel.
Estou gripado. Posso tomar vacina da gripe? Em tempos de novo coronavírus, não.
"Em situações normais, se o indivíduo não estiver com febre alta, mesmo resfriado ou gripado poderia, sim, tomar a vacina", explica Isabella Ballalai. De acordo com a especialista, no entanto, no contexto da pandemia, é melhor suspender a aplicação visando reduzir as chances de transmitir o novo coronavírus durante a ida até o posto de vacinação, caso você esteja contaminado e não saiba.
Nos casos de quem está com covid-19, o Ministério da Saúde recomenda adiar a vacinação por pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas. A vacina da gripe pode dar reação? Ela tem efeitos colaterais? É bastante comum ouvir falar que a vacina da gripe deixou a pessoa doente. Isso não é verdade. "A vacina não provoca a doença", afirma Isabella Ballalai.
De acordo com ela, o mais comum é que o local da aplicação fique dolorido. Inchaço e vermelhidão também são comuns. Há ainda a possibilidade de febre baixa, especialmente em crianças pequenas, mas os sintomas costumam desaparecer em até 48 horas. Além disso, a vacina da gripe é uma das mais seguras atualmente e não há efeitos colaterais conhecidos por conta da aplicação do imunizante. Sintomas e tratamento da influenza A gripe inicia-se em geral com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias.
Os sintomas respiratórios como a tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. Devido aos sintomas em comum, pode ser confundida com outras viroses respiratórias causadoras de resfriado.
Para evitar a gripe ou a sua transmissão também deve-se fazer uso de medidas preventivas como as contra o coronavírus: higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimãos, bancos, maçanetas etc.). O retroviral mais usado contra a gripe H1N1 é o oseltamivir, vendido comercialmente sob o nome Tamiflu. Esse medicamento não tem efeito contra o coronavírus.