O ronco é a vibração das vias aéreas (nariz e garganta) em decorrência de uma dificuldade da passagem de ar. Depois dos 40 anos de idade, estima-se que aproximadamente quatro de cada dez pessoas roncam; e depois dos 60 anos esse número cresce para seis de cada dez pessoas. Apesar de comum, o ronco merece atenção quando começa a provocar “quebras” frequentes do sono.
Colin Sullivan, especialista em sono, concedeu uma entrevista ao site australiano Salon sobre os riscos de roncar. O profissional é um dos inventores da máquina de CPAP, uma máscara que facilita a respiração pelo nariz, diminuindo os riscos causados pela apneia. A apneia é o nível mais grave de ronco, quando o indivíduo passa por frequentes interrupções da respiração por mais de 10 segundos.
O problema costuma aparecer dez anos depois do início dos roncos. “Qualquer pessoa que ronca, mais ou menos, irá sofrer de apneia”, explica Sullivan. O especialista acrescenta que pessoas com apneia correm maior risco de apresentarem hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, Alzheimer, acidentes vasculares cerebrais, além de problemas de saúde mental.
Afinal, o que é o ronco?
Essa condição, como citado anteriormente, ocorre quando há bloqueios das vias respiratórias durante o sono. Em um nível profundo de sono, os músculos do céu da boca, da língua e da garganta relaxam. Em pessoas que roncam, esses músculos relaxam demais, impedindo a respiração correta e levando à obstrução das vias.
Existem casos em que a própria estrutura do corpo ou a posição em que se dorme favorecem a obstrução das vias respiratórias. “Muitas vezes pacientes têm hipertrofia de amígdalas ou de adenoides, que podem levar a problemas como o ronco, por isso é sempre importante se consultar para investigar possíveis causas”, explica o otorrinolaringologista André Freire Kobayashi, da Clínica Dolci, em São Paulo.
Qual o tratamento?
Cirurgias corretivas podem ser a opção quando a origem do ronco é um problema nas vias respiratórias. Mas na maioria dos casos, apenas a adoção de hábitos saudáveis melhora a apneia, pois ela costuma estar associada ao sobrepeso e ao excesso de gordura abdominal. Em quadros moderados ou acentuados de apneia, o tratamento pode passar pelo uso de máquinas de CPAP (gerador de pressão positiva contínua na via aérea, em inglês), que facilitam a respiração pelo nariz.