O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido pela sigla TDAH, é um transtorno de comportamento que costuma surgir na infância e segue com o paciente por toda a vida. No mundo, o número de casos de TDAH variam entre 5% e 8%, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).
A desatenção e hiperatividade/impulsividade são os sintomas centrais do TDAH. O priemiro é visto como falta de persistência, divagação frequente, desorganização e dificuldade de manter o foco, apesar de o paciente apresentar uma boa compreensão do que está sendo solicitado e de não estar sendo desafiado.
Segundo o neuropediatra e especialista em Neurociências, Rafael Engel, as causas e os fatores de risco para o TDAH são desconhecidos, mas pesquisas demonstram a base neurobiológica do transtorno, ou seja, fatores genéticos e bioquímicos. "Acredita-se que a intensidade das manifestações seja uma combinação principalmente da genética com alguns fatores ambientais, como exposição a toxinas durante a gestação, sobretudo tabaco, prematuridade e baixo peso ao nascer. Fatores que são considerados de risco para qualquer transtorno do neurodesenvolvimento".
Como obter o diagnóstico?
O diagnóstico do TDAH é realizado somente por médicos especializados, como psiquiatras e neuropediatras. "No Brasil, costumamos utilizar os critérios descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), organizado pela Academia Americana de Psiquiatria, para uma padronização do diagnóstico", diz Rafael Engel.
Para o diagnóstico do transtorno, deve-se observar se há um impacto negativo no desempenho acadêmico, que não está ligado a problemas de inteligência. "Isso ocorre porque os sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade dificultam a concentração nas aulas, o planejamento, a organização e a execução das tarefas, além do cumprimento de prazos escolares (o que chamamos função executiva)", diz o especialista em Neurociências em entrevista ao Terra.
TDAH na fase adulta
Apesar de o TDAH normalmente ter início durante a infância, os prejuízos associados a esse transtorno também podem ser percebidos na vida adulta. Em alguns casos, o indivíduo apresenta histórico de troca frequente de empregos, dificuldade em manter relacionamentos estáveis ou cometem pequenas infrações no trânsito devido a descuido, ou à desatenção.