Em entrevista à TV Meio, o infectologista Luciano Mourão esclareceu os perigos do veneno de rato (raticida) para a saúde humana, abordando os efeitos da ingestão e do contato com a pele. Além disso, ele listou os sintomas e como a substância age ao entrar em contato com o organismo.
O QUE A PESSOA SENTE?
Segundo o especialista, as pessoas que consumirem ou tocarem no veneno podem apresentar algumas reações como:
Tremores musculares;
Produção excessiva de saliva (começará a salivar bastante);
Hipersecreção pulmonar ( com falta de ar- dispneia);
Alteração dos órgãos sensoriais, especial a visão (visão borrada ou dificuldade para enxergar).
“São esses sintomas iniciais que ela vai apresentar. Detalhe, esses sintomas são rápidos, em menos de uma hora ele já começam a aparecer”, pontuou o infectologista.
O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE?
Luciano Mourão reforçou ainda a importância de procurar atendimento médico imediatamente após se ter o contato com a substância, para reduzir os riscos. Se for contaminação de pele, ele orientou lavar o local com água. Caso seja nos olhos lavar com soro, mas sempre buscando assistência médica.
Ele frisou que mesmo após atendimento existem chaces da pessoa ter sequelas graves.
“Essa pessoa, ela pode não ter sequela alguma. Vai depender muito do grau de intoxicação, do tempo que ela levou a ter o atendimento, mas, infelizmente, ela também poderá ter sequelas que serão mantidas por semanas, meses ou até pelo resto da sua vida. Sequelas de ordem neurológica, de ordem pulmonar. Cada caso é individualizado”, disse.
RATICIDA É PROIBIDO
Conforme ele, o raticida tem sua comercialização proibida no país, pelo Governo Federal, por oferecer alto risco a saúde.
“É uma substância clandestina. Você não vai encontrar em farmácia de maneira alguma. Então, ela é composta basicamente por carbamatos e organofosforados que são substâncias altamente perigosas para o organismo humano. A Anvisa não libera esse produto para ser comercializado, nem para matar ratos ou qualquer outro tipo de animal, exatamente pelo risco de contaminação dos seres humanos e de animais domésticos”, finalizou.
CASO DE ENVENENAMENTO NO PIAUÍ
Recentemente, uma tragédia envolvendo uma família abalou Parnaíba, litoral do Piauí. O almoço com sobras da ceia de Réveillon, em 1º de janeiro, resultou na morte de três pessoas, sendo duas crianças e um adulto. Segundo informações, as vítimas foram envenenadas ao comerem o arroz. Até o momento, duas permanecem internadas.
Dois laudos divulgados pela Polícia Civil do Piauí revelam que as vítimas foram envenenadas com terbufós, um inseticida conhecido como chumbinho.
Uma das vítimas, Francisca Maria da Silva, perdeu outros dois filhos, Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, que morreram após consumirem cajus envenenados. Os frutos, segundo a Polícia Civil do Piauí, teriam sido entregues por uma vizinha, que está presa.