Um novo surto de dengue, uma arbovirose perigosa e recorrente em diversas regiões do Brasil, acendeu o alerta da comunidade médica no país. A condição vem causando um forte aumento no número de casos neste começo de 2024, de acordo com o Ministério da Saúde. Até 30 de janeiro, foram registrados 217.481 casos, um aumento de 233% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Esse aumento se dá a uma combinação de fatores, incluindo a volta iminente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue, além da alterações climáticas (combinação do calor excessivo com as chuvas intensas), provocadas pelo fenômeno El Niño. As altas temperaturas e as intensas precipitações são propícias ao desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da transmissão da doença.
Porque a dengue é classificada como uma arbovirose?
O termo arbovirose aponta uma doença que foi transmitida por um artrópode, como a dengue. Esse é um um vírus transportado pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, expondo-se principalmente à ação desses mosquitos infectados, no qual o vírus possui quatro variedades DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, cada um podendo desencadear diferentes formas da doença.
A doença é considerada um risco para todas as idades, no entanto pessoas mais velhas e que têm doenças como diabetes e hipertensão, podem sofrer sérias complicações que podem levar à morte. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o maior número de casos prováveis está em Minas Gerais com 67.223, seguido por São Paulo, 35.410 e o Distrito Federal, 29.138.
Sintomas
Com a dengue existe a possibilidade de casos assintomáticos, já que nem toda infecção manifesta sinais claros. Contudo, alguns sintomas podem indicar dengue, como:
- Febre alta, que oscila entre 39ºC a 40ºC e surge abruptamente;
- Intensa dor de cabeça;
- Dores nos músculos e articulações;
- Náuseas e vômitos;
- Manchas vermelhas pelo corpo;
- Dor atrás dos olhos;
- Exaustão;
- Inchaço nas glândulas.
Dengue hemorrágica
Como toda doença, essa arbovirose também possui sua versão mais perigosa, conhecida como dengue hemorrágica, que pode se desenvolver após o período febril – de 3 a 7 dias depois dos primeiros sintomas – e requer cuidados médicos urgentemente. Os sintomas da dengue hemorrágica para se atentar, incluem:
- Dor abdominal intensa e constante;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos corporais;
- Sangramentos de mucosas;
- Hemorragias.
Prevenção
O principal passo para se prevenir dessa doença é algo disseminado há anos e de conhecimento público: evitar a presença de água parada e sem proteção em casa. A água parada pode ser usada pelo mosquito como local de procriação. Além disso, é importante proteger as residências com telas e mosquiteiros e usar repelente de insetos regularmente.
O uso da vacina contra a dengue também é aconselhado, principalmente para adolescentes de 10 a 14 anos, moradores de grandes cidades onde ocorre alta transmissão de dengue de tipo 2. A vacina está incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 521 municípios brasileiros começam a vacinação em fevereiro. O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as vacinações.
Cuidados para ter em casa e evitar o mosquito da dengue
- Evite qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa, como caixas d’água, piscinas, tampas de garrafa, pneus e vasos de planta;
- Mantenha a caixa d’água coberta e limpa;
- Coloque areia no prato que fica embaixo dos vasos de planta;
- Pneus parados devem ter furos, além de ficarem guardados em locais cobertos;
- Garrafas pet, baldes e outros recipientes vazios também devem ficar em locais cobertos e com a “boca” para baixo;
- Diariamente, esfregue com água e sabão as cubas de bebedouros;
- Mantenha as áreas comuns da casa bem secas;
- Descarte o lixo adequadamente, mantendo os terrenos livres de entulho e vegetação.