Um recente estudo realizado pelo University Hospital Magdeburg, na Alemanha, mostrou uma possível correlação entre o tipo sanguíneo e o câncer de estômago. O grupo de pesquisadores analisou dados provenientes de dez estudos genômicos, com informações de mais de 5.800 indivíduos diagnosticados com a condição.
No Brasil, o câncer no estômago é o terceiro tipo mais frequente entre pessoas do sexo masculino e o quinto entre as do sexo feminino. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), as estimativas de novos casos da doença para 2022 chegaram a 21.230, sendo 13.340 homens e 8.140 mulheres, colocando este tipo de câncer como o quarto mais letal de incidência no país.
O que é o câncer de estômago?
O câncer de estômago, também chamado de câncer gástrico, ocorre quando células anormais no estômago começam a crescer e se dividir de forma descontrolada. Esse órgão, fundamental ao processo da digestão, pode ser dividido em três partes: fundo, corpo e antro gástrico, sendo que qualquer um desses segmentos pode ser comprometido pela doença.
Mais detalhes do estudo
Os resultados confirmaram que os processos moleculares associados ao câncer gástrico variam consideravelmente, dependendo da gravidade do subtipo de câncer. No entanto, foi possível estabelecer parâmetros específicos ao determinar o perfil de risco genético. Em descobertas anteriores, já haviam identificado que cinco seções de DNA no genoma humano estão ligadas a subtipos de câncer gástrico.
A pesquisa alemã validou essas descobertas e identificou mais duas seções de DNA associadas a um risco aumentado da doença. Além disso, a análise revelou que o tipo sanguíneo desempenha um papel na suscetibilidade à doença, sendo que o tipo sanguíneo A foi associado a um maior risco, enquanto o tipo sanguíneo O apresentou menor risco para esse tipo de câncer.
Outros fatores de risco
- Infecção por Helicobacter pylori: esta bactéria está associada a um aumento do risco de câncer gástrico, especialmente quando a infecção persiste por longos períodos.
- História familiar: indivíduos com parentes de primeiro grau (pais, irmãos) que tiveram câncer gástrico podem ter um risco aumentado.
- Idade: o risco de câncer gástrico aumenta com a idade, sendo mais comum em pessoas mais velhas.
- Sexo: homens têm um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer gástrico do que mulheres.
- Tabagismo: o hábito de fumar está associado a um maior risco de câncer gástrico.
- Alimentação: uma dieta rica em alimentos defumados, salgados, em conserva, processados e com baixo teor de frutas e vegetais pode aumentar o risco.
- Obesidade: pessoas com excesso de peso têm um risco aumentado de câncer gástrico, especialmente na parte superior do estômago.
- História de úlceras estomacais: indivíduos que tiveram úlceras estomacais têm um risco aumentado de desenvolver câncer gástrico.
- Exposição ocupacional: certas exposições ocupacionais a produtos químicos e poeiras podem estar associadas a um aumento do risco.
- Radiação: a exposição à radiação, seja por tratamentos médicos anteriores ou por outros motivos, pode aumentar o risco.
É importante destacar que a presença de um ou mais fatores de risco não garante o desenvolvimento do câncer gástrico, e a ausência de fatores de risco não elimina o risco completamente. Além disso, muitas pessoas diagnosticadas com câncer gástrico não apresentam fatores de risco conhecidos. O acompanhamento médico regular e a realização de exames de rotina são fundamentais para o diagnóstico precoce.