Você usa? Esse medicamento popular pode causar demência, diz estudo

Corriqueiramente essa droga é receitada para o tratamento de refluxo ácido

Você usa? Esse medicamento popular pode causar demência, diz estudo Uso constante pode aumentar em 33% o risco de desenvolvimento de demência | Reprodução: Internet
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Uma nova pesquisa divulgada pela revista científica Neurology, apontou que o uso prolongado de Inibidores de Bomba de Prótons (IBPs), uma classe de medicamentos comumente atrelada ao tratamento de refluxo ácido, pode aumentar em 33% o risco de desenvolvimento de demência.

Corriqueiramente, essa droga é receitada para o tratamento de desconforto e eventuais danos aos tecidos esofágicos, que ocorre quando os ácidos presentes no estômago regurgitam para o esôfago. Para combater esse problema, os IBPs são amplamente prescritos, pois atuam reduzindo a quantidade de ácido produzido pelo estômago.

A demência no Brasil

Ao menos 1,76 milhão de brasileiros com mais de 60 anos vivem com alguma forma de demência, um conjunto de enfermidades sem cura que, por mecanismos diferentes, causam a perda progressiva das células cerebrais e levam à incapacitação e à morte

A maior parte dessas pessoas – uma fração ainda não bem conhecida que, segundo especialistas, pode superar 70% do total – nem sequer tem diagnóstico, o que as impede de receber tratamento adequado para ajudar a controlar as alterações de memória, raciocínio, humor e comportamento que surgem com a progressão da doença.

O que faz o medicamento aumentar o risco de demência?

Diversos estudos sobre o tema mostram que, embora sejam eficazes no tratamento do refluxo, esses medicamentos têm sido associados a diversos problemas de saúde. Um desses ensaios, realizado pela equipe do Neurology, observou o impacto desses fármacos no desenvolvimento de demência.

Na análise, os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o uso das drogas e o período deste uso. Dentre aqueles que usaram os medicamentos por mais de 4,4 anos (497 pessoas), foi identificado que 58 desenvolveram quadros de demência. Ao todo, a pesquisa envolveu mais de 5.700 pessoas acima de 45 anos sem sinais de demência no início do estudo, e desses, 1.490 utilizavam medicamentos para refluxo ácido.

Qual o risco de demência para quem usa IBPs?

Quando levados em conta fatores como idade, sexo, raça e condições de saúde correlacionadas, o estudo chegou à conclusão que as pessoas que consomem medicamentos para refluxo ácido por mais de 4,4 anos têm um risco 33% maior de desenvolver demência. Em contrapartida, é importante frisar, entretanto, que o estudo não encontrou um risco aumentado de demência para aqueles que tomam os medicamentos por um período inferior a 4,4 anos.

Uso moderado

A descoberta reforça a necessidade de prescrição criteriosa, e uso consciente destes medicamentos, respeitando sempre as orientações médicas e ponderando os riscos e benefícios do uso prolongado. Lembrando que esta pesquisa é um avanço importante para entendermos melhor sobre os impactos do uso dos IBPs, mas ainda são necessários mais estudos para confirmar tal associação e entender os mecanismos exatos que levam a tal relação.

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