Desaparecido da vida selvagem na Austrália há mais de 3 mil anos, o Diabo-da-Tasmânia voltou a se reproduzir no país depois que um grupo de 26 animais foi reintroduzido naquele território, em 2020. No último dia 25 de maio, nasceram sete filhotes do marsupial, dando esperanças em relação à preservação da espécie.
Segundo o grupo conservacionista Aussie Ark, os pequenos Demônios-da-Tasmânia nasceram no Parque Nacional de Barrington Tops, a 200 km de Sydney. Os mamíferos adultos foram soltos em uma reserva de 400 hectares na região, como parte de um projeto "histórico" para tentar devolvê-los ao continente e salvá-los da extinção.
Eles estavam sendo acompanhados pelos membros da organização, que torciam para a reprodução acontecer, evitando que o projeto fracassasse. “Ficávamos observando-os de longe até chegar a hora de agir para confirmar o nascimento dos primeiros filhotes selvagens. E que grande momento foi”, comentou o entusiasmado líder do Aussie Ark Tim Faulkner.
Para confirmar o nascimento dos filhotes de Diabo-da-Tasmânia na Austrália, a equipe precisou olhar de perto, verificando a presença dos bebês nas bolsas das mães. Os especialistas encontraram os animais em ótimo estado de saúde e agora seguirão fazendo o acompanhamento dos recém-nascidos, juntamente com os adultos.
“Engenheiros do ecossistema”
Maior marsupial carnívoro do planeta, o Demônio-da-Tasmânia foi extinto da Austrália há milhares de anos, devido à ação dos dingos, um tipo de cão selvagem da região, conforme se especula. Atualmente, existem apenas 25 mil deles, vivendo na ilha da Tasmânia.
A possibilidade de reintroduzi-lo ao continente tem sido vista com bons olhos, uma vez que eles podem ajudar a salvar outras espécies ameaçadas, como as raposas e os gatos selvagens. Conforme Faulkner, os Diabos-da-Tasmânia atuam como “engenheiros do ecossistema”, facilitando a restauração e o equilíbrio da natureza.
Os filhotes, que nascem minúsculos, cegos e sem pelos, permanecem na bolsa da mãe por cerca de quatro meses. Depois disso, eles se tornam independentes em cerca de seis meses, podendo chegar a pesar 8 kg e ajudar na continuidade da linhagem da espécie no país.
Também está prevista a chegada de mais adultos à reserva, nos próximos anos, quando a área em que eles estão será aumentada, permitindo a convivência com outros tipos de animais e perigos.