A pandemia de coronavírus fez os turistas desaparecerem da Tailândia, um país que tem nos visitantes externos uma importante fonte de renda. Os efeitos estão sendo sentidos em toda parte, como em regiões onde macacos entretinham estrangeiros em troca de comida. Bandos agressivos vagam pelas ruas em busca do que comer. Outros animais também estão sofrendo as consequências da pandemia. Elefantes que costumavam trabalhar no setor do turismo tailandês estão abandonados. Acorrentados o dia todo, eles não têm o que comer - cada animal necessita de cerca de 300 quilos de alimentos diariamente.
Antes da explosão do coronavírus, a Tailândia tinha cerca de 2 mil elefantes na indústria do entretenimento de turistas - uma atividade bastante condenada por grupos de defesa dos animais. Os paquidermes passam por agressivo treinamento até ficarem aptos ao serviço.
Entidades ambientalistas temem que os elefantes sejam vendidos a zoológicos clandestinos ou seja usado no processo de derrubada ilegal de madeira no Sudeste Asiático, contou reportagem da agência France Presse. Há, ainda, a possibilidade de os animais serem levados para mendigar em ruas de grandes cidades.
"Meu chefe está fazendo o que pode, mas não temos dinheiro", disse Kosin, um tratador de elefante, que trabalha em uma fazenda para turistas em Chiang Mai.
A Tailândia recebe 40 milhões de turistas por ano - na maioria, chineses. Em fevereiro, com o fechamento das fronteiras da China por causa da disseminação do coronavírus, o número de visitantes estrangeiros caiu 80%. Em março, a situação piorou, com restrições impostas em vários outros países. A Tailândia já confirmou 1.388 casos de Covid-19.