O estado de Nova York já é o epicentro da pandemia de coronavírus. Sozinho, ele concentra um terço das 10 mil mortes de Covid-19 nos EUA – 20 vezes mais do que no Brasil; no mundo todo, a contagem de óbitos está em 73 mil. As informações são da revista Super Interessante.
Nova York também foi o primeiro lugar no planeta a detectar um caso de coronavírus em um animal não domesticado. A tigresa Nadia, do Zoológico do Bronx, ao norte da ilha de Manhattan, foi diagnosticada com a Covid-19. Outros seis felinos do zoológico também mostram sintomas da doença, mas ainda não passaram por testes.
Não se sabe ao certo como a tigresa contraiu o vírus, mas os veterinários do zoológico acreditam que algum cuidador que esteja assintomático possa ter transmitido a doença. O zoológico está fechado desde o dia 16 de março.
A Nadia, que é um tigre-malaio, passou pelo teste no dia 2 de abril, depois de apresentar tosse seca no final de março. Sua irmã, dois tigres-siberianos e três leões africanos também estão com tosse e falta de apetite.
Outros animais também testaram positivo para o novo coronavírus, incluindo dois cães das raças lulu da pomerânia e pastor alemão em Hong Kong. Por lá, todos os animais de estimação mamíferos de donos com a Covid-19 estão sendo colocados em quarentena. No entanto, nenhum dos dois cachorros mostrou sintomas da doença.
O cenário parece ser diferente para os felinos. Um gato na Bélgica foi o primeiro animal infectado a apresentar sintomas – diarréia, vômito e problemas respiratórios. O dono já havia sido diagnosticado com a doença depois de voltar de uma viagem ao norte da Itália. Após um exame das fezes e vômito do animal, os cientistas detectaram alta concentração do SARS-Cov-2. Esse também foi o primeiro caso de transmissão de humano para gatos.
A resposta pode estar nas proteínas ACE2. O coronavírus infecta os humanos a partir das proteínas spike (são aqueles espetinhos que você vê em toda imagem do vírus). Elas se ligam às proteínas ACE2, localizadas no trato respiratório dos humanos – é por isso que os sintomas são, justamente, problemas respiratórios.
Acontece que os felinos também possuem essa proteína. Segundo o virologista Steven Van Gucht, porta-voz da crise do coronavírus na Bélgica, a ACE2 dos felinos é bastante parecida com a dos humanos, o que pode explicar a transmissão. Durante a epidemia do coronavírus SARS-Cov-1, em 2003, também houveram felinos infectados.
É bom reforçar que ainda não existem evidências de que os animais infectados possam transmitir o vírus para humanos.