
Três influenciadores digitais foram presos nesta quinta-feira (20), no Ceará, suspeitos de promover jogos de azar nas redes sociais. As prisões ocorreram em Juazeiro do Norte, na região do Cariri, e os detidos foram identificados como Janisson Moura, Milena Peixoto e Victória Oliveira.
O advogado de Milena Peixoto e Janisson Moura afirmou que aguardará a audiência de custódia antes de se pronunciar. Já a defesa de Victória Oliveira não respondeu aos contatos até a publicação da matéria.
A operação que resultou nas prisões foi realizada em diversos estados: Ceará, Maranhão, Minas Gerais e Bahia. Durante a ação, foram apreendidos um veículo e diversos itens de luxo, como joias.
Quem são os influenciadores presos:
Victória Oliveira
Com mais de 150 mil seguidores, Victória compartilha conteúdos de moda, lifestyle e maternidade — ela é mãe de um menino de cinco anos. Sua prisão ocorreu um dia após a festa de aniversário do filho. Nas redes, Victória costuma exibir uma rotina marcada por viagens nacionais e internacionais, roupas de grife, eventos e uma vida de alto padrão, incluindo bolsas que chegam a custar até R$ 30 mil.
Milena Peixoto
Dentista de formação, Milena atua como influenciadora digital, mostrando sua rotina pessoal e profissional a mais de 200 mil seguidores. Ela publica conteúdos sobre moda, maternidade — é mãe de uma criança de quatro anos —, viagens e eventos, sempre com um estilo de vida luxuoso em evidência.
Janisson Moura
Com cerca de 20 mil seguidores, Janisson compartilha conteúdos sobre festas e eventos, com destaque recente para um carnaval privado em Recife. Diferente das colegas, também publica vídeos de humor e tendências virais.
Investigação e acusações
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, a operação visa desarticular uma associação criminosa composta por influenciadores digitais suspeitos de crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular.
Conforme apuração da TV Verdes Mares, os investigados estariam sendo recrutados por criminosos chineses, que oferecem grandes quantias para que promovam jogos de azar, como o “jogo do tigrinho” (Fortune Tiger), um tipo de caça-níquel online.
Esse tipo de jogo era ilegal no Brasil até dezembro de 2023. A lei 14.790, sancionada naquele mês, regularizou apostas em plataformas digitais, embora os caça-níqueis físicos continuem proibidos.