Brasília - O Conselho Nacional de Saúde (CNS) discutiu a implementação de um plano de carreira para servidores do Sistema Único de Saúde (SUS) durante reunião ordinária hoje. Conselheiros do órgão fizeram sugestões e debateram com representantes do governo as deficiências do sistema e a dificuldade de encontrar profissionais para a rede pública e estimular a sua permanência. O encontro foi coordenado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presidente do CNS.
Representante do Ministério da Saúde, o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, apresentou um balanço das ações mais recentes do governo e disse que um dos principais problema do SUS é o de preencher as vagas para médicos, especialmente em cidades pequenas e localidades remotas. De acordo com Sales, uma saída para a questão seria ampliar a oferta de residência médica na rede pública de saúde, usando postos e hospitais como campo de prática. ?Já existem alguns programas nesse sentido, e vamos debater com a Comissão Nacional de Residência para apresentar a possibilidade de ampliação?, declarou. O conselheiro Arilson da Silva Carvalho, representante do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) destacou que a dificuldade na contratação de médicos se deve, principalmente, à competição desigual por parte do setor privado de saúde. ?Precisamos ter em vista como convencer os profissionais a fazer parte da carreira do SUS?, disse.
Segundo Eliana Pontes de Mendonça, secretária executiva da Mesa de Negociação Permanente do SUS e também representante do ministério, as diretrizes adotadas no país para a carreira no Sistema Único serão as que constam na Portaria n° 1.318, de 2007. O texto visa a uniformizar remunerações e condições de trabalho nas carreiras para diferentes localidades e níveis de governo (federal, estadual e municipal). Segundo Eliana, 56 mesas de negociação estaduais e municipais discutem, atualmente, a implantação da portaria.
O Conselho Nacional de Saúde faz reuniões ordinárias mensais. Em geral, os encontros duram dois dias. Amanhã (12), o órgão se reúne mais uma vez para falar sobre temas como o Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (Siacs), que é um instrumento de prestação de contas dos conselhos municipais e estaduais; a carência de medicamentos oncológicos; e a Lei de Acesso à Informação, entre outros assuntos.