Quais os critérios que a população assinala como preponderantes para uma boa administração? A resposta está à vista dos eleitores. É muito comum alguém dizer que uma cidade está má administrada quando as ruas se apresentam esburacadas, iluminação deficiente, prédios públicos precisando de reformas, incluindo outros pontos comuns, como: segurança, educação, saúde. Mas, o que nos chama a atenção, com base em inúmeras pesquisas, é justamente o “cartão postal”. É aquilo que se vê à primeira vista. O visitante, ao chegar a um município e o encontra com as ruas limpas e bem iluminadas, sai com uma impressão das melhores e espalha a notícia que o administrador é eficiente. Acontece que está observação primária nem sempre se concretiza com o aprofundamento da atuação administrativa. Às vezes, o município que apresenta uma boa impressão através da limpeza pública, peca e muito nos programas básicos e essenciais como: saúde, educação, assistência social. Existem, todos sabem, alguns administradores que não honram os serviços destinados à população como: uma saúde municipal eficiente, uma educação de qualidade e uma ação social que possa atender os munícipes em uma necessidade emergencial. Uma cidade que tem um administrador que passou praticamente o seu mandato sem construir uma sala escolar, com sofridas reformas ou construções de postos de saúde, se valendo de outros órgãos para interagir em ações de cunho municipal, não pode esse administrador ser considerado eficiente. Sabemos, por exemplo, que o asfaltamento é muito caro e, na maioria das vezes, é financiado em quase sua totalidade através de verbas federais. Portanto, o apressado analista vê apenas o fruto, mas nada sabe sobre o semeador O visitante vê o couro, mas não vê a carne. O visitante vê o traje, mas não vê o corpo. E a beleza que ele vê é o produto de quem varre a sala e esconde o lixo debaixo do tapete. Finalizando, uma boa administração, não se resume apenas em alguns detalhes e sim em um conjunto de ações e projetos empreendidos em benefício de uma população. Que tenhamos um olhar mais crítico, mais severo e mais aprofundado sobre a atuação dos nossos administradores.
Texto por Virgílio Queiroz